O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, minimizou hoje o impacto de qualquer remodelação do atual Governo, considerando que não alterará a política.
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«Nas direitas que governam o país todos estão à espera de uma remodelação. Estão todos à espera de saber se Passos Coelho remodela Paulo Portas, se Paulo Portas remodela Passos Coelho e se os governantes mais inapresentáveis ficam ou saem», afirmou Francisco Louçã, numa ação de campanha para as eleições regionais dos Açores.
E «aquele grupo da brigada cavaquista que veio por aí», brincou Louçã, numa referência às críticas de «Silva Peneda, Rui Rio e Leonor Beleza», todos eles são «candidatos a tentar tomar conta de um governo imprestável».
No seu discurso perante os apoiantes do Bloco de Esquerda na ilha de São Miguel, Francisco Louçã reafirmou a sua oposição a qualquer proposta de redução dos deputados na Assembleia da República.
«Com a derrota do PSD nestas eleições [regionais], o CDS vai-se colando ao PS dos Açores ao mesmo tempo que o Partido Socialista no conjunto do país se vai colando às propostas do PSD para diminuir a democracia», numa referência à proposta de António José Seguro para reduzir o número de deputados, que será apresentada até ao final do ano.
«Não é preciso uma bandeira dizer-nos que é preciso por o país no seu lugar», acrescentou, numa referência à bandeira nacional hasteada ao contrário durante as cerimónias oficiais do 5 de Outubro.
Louçã criticou também a gestão política nacional, acusando PSD e CDS de terem mentido em relação às promessas feitas há um ano.
«Se sabiam para onde iam não merecem a confiança democrática porque mentiram todos os dias" mas "se não sabem para onde vão então não merecem ser eleitos porque este país precisa de saber para onde vai», afirmou.
«O rumo que a direita quer para Portugal é diminuir os salários e eles vão atrás de todos» e é «em nome dessa gente que nós escolhemos um caminho para o país», disse Francisco Louçã.
«Todas as dificuldades têm um nome: chama-se troika» e o «rumo que queremos começará no dia em que neste país haja força para correr com a troika».