Nos primeiros nove meses de 2018, o banco tinha atingido lucros de 22,4 milhões de euros.
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O Montepio obteve um resultado líquido consolidado de 17,7 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, menos 21% do que no período homólogo, anunciou o banco em comunicado.
Nos primeiros nove meses de 2018, o banco tinha atingido lucros de 22,4 milhões de euros.
Segundo o banco, a queda dos resultados este ano reflete "o aumento dos impostos em 27 milhões de euros e a menor contribuição das operações em descontinuação (Finibanco Angola) em 11,3 milhões de euros e o produto bancário avançou 9,8% para 322,5 milhões de euros.
A margem financeira atingiu os 180,4 milhões de euros no período em análise, contra 189,3 milhões de euros no período homólogo de 2018, e os custos operacionais diminuíram 10,3 milhões de euros, face ao período homólogo.
O resultado consolidado antes de impostos do banco liderado por Dulce Mota, por sua vez, subiu 244,9%, passando de 12,7 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2019 para 43,8 milhões de euros entre janeiro e setembro de 2019.
De acordo com o Montepio, as comissões líquidas ascenderam a 87,1 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2019, registando um aumento de 0,3% face ao valor do período homólogo de 2018, na sequência do aumento observado nas comissões com serviços de pagamento e com mercados (mais 4,7 milhões de euros), atenuado pela redução das comissões associadas ao crédito e à prestação de serviços diversos (menos 4,4 milhões de euros).
Já os custos operacionais, segundo o banco, evoluíram favoravelmente, "traduzindo o impacto das medidas adotadas com vista ao aumento dos níveis de eficiência", registando uma redução de 10,3 milhões de euros (5,1%) nos primeiros nove meses de 2019, suportada na diminuição de 6,3% dos custos com pessoal, o equivalente a 7,9 milhões de euros e de 13,8% dos gastos gerais administrativos, 7,7 milhões de euros.
O aumento de 5,3 milhões de euros (27,8%) das depreciações e amortizações tiveram igualmente um impacto positivo nos custos operacionais do banco.
Em 30 de setembro de 2019, os rácios de capital Common Equity Tier 1 (CET1) e Capital Total situaram-se em 13,8% e 15,3%, respetivamente.
"A evolução positiva do rácio de Capital Total traduz os efeitos positivos do aumento dos fundos próprios de nível 2 na sequência das emissões de dívida subordinada, da geração orgânica de capital e da redução de 896 milhões de euros dos ativos ponderados pelo risco (RWA) face a setembro de 2018, em resultado da venda de ativos não estratégicos e de uma gestão eficiente da alocação do risco nas carteiras de crédito e de negociação", sinaliza.
O Montepio destaca, a propósito, que os rácios de capital encontram-se "acima dos níveis prudenciais exigidos pelo Banco de Portugal".
Os depósitos de clientes aumentaram 1,5% para 12,574 mil milhões de euros e o volume de créditos concedidos recuou 4,8% relativamente ao final de dezembro de 2018 para 11,546 mil milhões de euros, numa evolução justificada com a venda de uma carteira de NPE (rácio de exposições não produtivas), num montante de 268 milhões de euros e por créditos abatidos ao ativo num valor de 108 milhões de euros.
O Montepio destaca também o plano de transformação em curso, que prevê, para os próximos três anos, "a execução de 12 iniciativas estratégicas orientadas para a dinamização do negócio, para o fortalecimento do balanço, para a organização e para a inovação tecnológica do Banco Montepio, com o foco na qualidade de serviço ao cliente, constituindo o ano de 2019 o período mais exigente da sua execução, com reflexo na forma como a atividade se desenvolveu nestes primeiros nove meses de 2019".
Nesse enquadramento, refere, os resultados em 30 de setembro de 2019 "são compatíveis com o desenvolvimento do negócio e com os resultados que haviam sido previstos em orçamento para os primeiros nove meses de 2019".
Apesar disso, acrescenta, "a composição dos resultados difere da prevista no orçamento, em larga medida devido à não-verificação de alguns pressupostos relevantes, em particular a evolução das taxas de juro determinadas pela política monetária do BCE".