Luís Montenegro diz que «era o que faltava» que o primeiro-ministro se demitisse
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, afirmou hoje, no Porto, que «era o que faltava» que o primeiro-ministro se demitisse devido aos incumprimentos que teve perante a Segurança Social.
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«Era o que faltava, sinceramente, era o que faltava que um cidadão que não deve nada à administração, que cumpriu as suas obrigações e que porventura, aliás creio que já assumiu que em determinada altura o pode ter feito com atraso, tendo as consequências que todos os outros cidadãos têm, pagamentos de coimas e juros, era o que faltava que deixasse de cumprir um mandato claro e inequívoco que o povo lhe atribuiu», disse no I Encontro Nacional das Instituições de Solidariedade.
Entre outubro de 1999 e setembro de 2004, Pedro Passos Coelho acumulou dívidas à Segurança Social, tendo decidido pagar voluntariamente este mês, num total de cerca de 4 mil euros.
Luís Montenegro afirmou que «era desejável» que o líder do Governo não tivesse tido atrasos no pagamento à Segurança Social, mas foram as «circunstâncias da vida».
Na sua opinião, Pedro Passos Coelho é um cidadão como outro qualquer e aconteceu-lhe o que acontece a «tantos outros». E, acrescentou, «ele [Pedro Passos Coelho] não foi favorecido em nada».
O social-democrata reafirmou que o PSD está «muito coeso» e reunido em torno do seu líder.
Luís Montenegro frisou que o primeiro-ministro já respondeu às questões que foram suscitadas pelos deputados da oposição e que, estes, «nunca vão ficar suficientemente esclarecidos».
«Faz parte da dinâmica política que partidos da oposição tentem empolar ou mesmo aproveitar-se da situação».
Na opinião do líder da bancada do PSD, os partidos políticos deviam concentrar-se «no que é essencial» para o país.
Luís Montenegro reconheceu que as bases do partido têm identificado «problemas de comunicação», mas que este não é o caso.
Ainda no Porto, o social-democrata deixou um recado ao líder do PS, António Costa, para «não ir ao sabor» das intervenções dos históricos do partido.
«Faço público o meu desejo de que António Costa não venha agora criar casos sempre que o Dr. Manuel Alegre ou Dr. Mário Soares emitirem uma opinião», salientou.