A caminho da Convenção Bloco de Esquerda a TSF entrevistou Catarina Martins e Pedro Filipe Soares. Esta é a primeira vez que, frente a frente, vão estar duas moções opostas subscritas por membros da direção do partido.
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Em entrevista à TSF, Catarina Martins, subscritora da "Moção unitária em construção", admite que, nos últimos dois anos, houve «alguns erros» e dificuldades de mobilização pelos «problemas concretos da vida das pessoas», mas sublinha que ambas as moções integram pessoas que assumiram «responsabilidades muito relevantes» na direcção do partido.
A coordenadora defende que, depois da perda do peso eleitoral, o futuro dos bloquistas terá de passar pela «capacidade de arriscar», acusando a moção E, encabeçada por Pedro Filipe Soares, de propôr um «centro político mais recuado» e um partido «menos ofensivo». Para Catarina Martins, a seguir-se esse caminho, o Bloco de Esquerda ficará «mais próximo de um sindicalismo» do que «de uma força política de transformação».
Na entrevista à TSF, A coordenadora defende ainda que, tendo em vista as eleições de 2016, a questão do candidato presidencial é algo a que a convenção «deve dar resposta», pelo menos no que diz respeito às «grandes opções», sublinhando que, caso venha a existir uma candidatura «mais vasta do que o Bloco», e que defenda os mesmos princípios, o partido deve apoiá-la.
Do lado da moção desafiadora, Pedro Filipe Soares afirma que «existiu um conjunto de erros que ajudou a afastar as pessoas do Bloco de Esquerda» e que deu «uma imagem errada» do que o partido queria para o país.
Para o subscritor da moção "Bloco plural, fator de viragem", a atual direção, liderada por João Semedo e Catarina Martins, colocou o partido numa posição «aquém daquilo que pode fazer na sociedade». O líder parlamentar do Bloco apela, por isso, a um projecto que, dentro e fora do partido, possa ser «transformador» e «polarizador».
A IX Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, que coloca cinco moções a votação, decorre este fim de semana, no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, e. A moção encabeçada por Pedro Filipe Soares, e apoiada por grande parte da estrutura da UDP, ", elegeu 262 delegados. A , subscrita por João Semedo e Catarina Martins, conseguiu eleger 256 delegados para a Convenção.