"Luz, água e salsichas." Crianças de Albufeira aprendem a fazer kits de emergência

Depois de alguma agitação, a turma senta-se num tapete no chão e começa a aula sobre Proteção Civil. São alunos do Jardim de Infância de Vale de Serves, concelho de Albufeira. O perigo de ocorrer um sismo é um dos primeiros temas a ser abordado.

"O que é que se deve fazer quando a terra começa a tremer?”, questiona Óscar Encarnação.

"Ir para debaixo da mesa”, respondem as crianças ao técnico da Proteção Civil Municipal.

No programa "Os heróis da Proteção Civil” e para as explicações não serem exaustivas, os técnicos abordam as crianças com um vídeo onde duas mascotes: o Valentim e a Valentina, que falam de fenómenos naturais, como os furacões, inundações ou tsunamis, mas também sobre os incêndios e a segurança a ter na rua.

Neste caso, como as crianças vivem num concelho onde existem diversas praias com arribas, o técnico alerta-as para os perigos de se colocarem debaixo daquelas formações rochosas.

"Eu não vou para aí", garante uma.

"Eu também não", assegura outra.

Se a União Europeia só agora começou a falar na necessidade de ter kits de emergência para situações limite, em Albufeira há já algum tempo que os alunos recebem este kit com uma mochila, uma lanterna e um apito. Levam-na para casa para que completem o kit com a ajuda dos pais: "É mais uma missão que eles levam para casa e muito nos engrandece quando chegam as fotografias com os kits preenchidos."

Leonor Teixeira, coordenadora da Proteção Civil Municipal, explica que com estas atividades não se pretende alarmar as crianças, apenas ensinar-lhes algumas noções de sobrevivência.

"É não entrar em histerismo, nem alarmismo social, mas ensinar as crianças de forma lúdica", assegura.

A Carolina, apesar dos seus quatro anos, já tem ideias muito claras sobre o que vai colocar no seu Kit. "Uma luz, salsichas, eu gosto muito de salsichas, uma água...”, enumera, antes de sair da sala.

A Proteção Civil de Albufeira está também a formar alunos do 1º ciclo, 2º e 3º ciclos e secundário, ensinando-lhes noções de primeiro socorrista, alertando-os para os perigos das substâncias psicoativas e ensinando-lhes a fazer as manobras do Suporte Básico de Vida.

Até final do ano letivo, estão inscritos nestas iniciativas 1500 jovens.