Estimativas são da Agência Europeia do Ambiente. Associação ambientalista Zero fala em números preocupantes e pede medidas para combater a poluição (e os carros) no centro das cidades.
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O relatório de 2016 sobre a qualidade do ar da Agência Europeia do Ambiente divulgado esta quarta-feira, mas baseado em dados de 2013, estima que em Portugal, por ano, morrem prematuramente 6.640 pessoas devido à má qualidade do ar.
Uma subida face a estimativas feitas pela mesma entidade para 2012, quando os números apontavam para 5.830 mortes prematuras.
Ao todo, a Agência aponta para 6.070 pessoas que morreram em 2013 devido às elevadas concentrações de partículas finas, 150 devido ao dióxido de azoto e 420 devido ao ozono.
Francisco Ferreira, da associação ambientalista Zero, diz que se em termos relativos, ponderando a população de cada país, a mortalidade em Portugal devido a partículas e ao dióxido de azoto é reduzida, já em relação ao ozono, o valor estimado para Portugal é dos mais elevados na União Europeia.
A Zero acrescenta que outra área preocupante mencionada no relatório está relacionada com o facto de Portugal não ter conseguido reduzir, como previa uma diretiva europeia, a exposição da vegetação a elevadas concentrações de ozono numa área de pelo menos um terço do país.
Francisco Ferreira destaca ainda que estas estimativas de mortes prematuras se referem a 2013, mas já se sabe que 2015 foi um ano mau em termos de qualidade do ar.
Dados definitivos recentemente disponibilizados pela Agência Portuguesa do Ambiente mostram que existiram em 2015 várias ultrapassagens significativas de valores-limite da qualidade do ar, principalmente por comparação com o ano de 2014.
Falhas medidas, sobretudo, na estação de monitorização da qualidade do ar da Avenida da Liberdade em Lisboa, mas também no Porto e em Braga, nas várias estações de monitorização da qualidade do ar. A Zero culpa o tráfego rodoviário e pede medidas para diminuir o trânsito nos centros das cidades.