"MAC foi levada ao limite." Sociedade Portuguesa de Obstetrícia vê sinais de "mal-estar" na demissão de Carlos Marques
O conselho de administração da Unidade Local de Saúde de São José aceitou o pedido de demissão do responsável da especialidade de ginecologia e obstetrícia
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O presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-fetal entende que a demissão do responsável pelos serviços de obstetrícia e ginecologia da Maternidade Alfredo da Costa é um sinal de "mal-estar" nestes serviços.
Em declarações à TSF, Nuno Clode confessa que foi apanhado de surpresa com a notícia da saída de Carlos Marques e olha para a decisão como uma amostra do estado de saúde da maior maternidade do país.
"A MAC foi levada ao limite há dias. Como é que uma unidade vê 90 mulheres e faz 25 partos num dia? São números astronómicos", afirma, alertando que a maternidade lisboeta não tem capacidade para receber tanta gente, tendo em conta o número de profissionais de saúde de que dispõe.
Sobre o despedimento, o presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia vê a saída como um sinal de "mal-estar", na maternidade.
"Estamos a falar da gestão de indivíduos dedicados ao serviço nacional de saúde, onde a responsabilidade é muita e a exigência é imensa. A capacidade de resposta obriga a um mínimo de saúde mental da parte de quem lá está", avisa.
O conselho de administração da Unidade Local de Saúde de São José confirmou esta quarta-feira que aceitou o pedido de demissão do responsável da especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa.
Numa resposta enviada à TSF, o conselho de administração agradece o trabalho desenvolvido por Carlos Marques e informa que o médico "continuará a exercer funções como especialista nos quadros da maternidade".
