O presidente da Câmara de Faro alertou, esta manhã na TSF, para a situação dramática das autarquias e mostrou-se indignado com os aumentos de salários de administradores e assessores.
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O autarca social-democrata de Faro, Macário Correia, considera, em entrevista hoje ao jornal Público, que é necessária uma «atitude mais coerente» por parte do Governo, referindo-se ao aumento de remunerações, administradores, assessores e adjuntos no Executivo e em empresas públicas.
Contactado já esta manhã pela TSF, Macário Correia disse estar indignado com estas situações, defendendo que vão contra as expectativas das famílias portuguesas. Por isso, pede explicações ao Governo.
«É necessário que nas próximas semanas o Governo dê sinais sobre o que quer fazer com estes chorudos salários dos gestores públicos, coisa que choca toda a gente. Não vejo nos casos da CGD e da CP que tenham sido tomadas numa linha de rumo diferente daquela que era do passado e que nós criticamos», justificou.
«No espaço de seis meses vemos um conjunto de reduções nos rendimentos das famílias, cortes nos vencimentos, aumentos nos transportes, cortes nos subsídios de Natal. Do lado do Governo os sinais das últimas semanas têm algumas contradições», sublinhou Macário Correia referindo-se ao número de membros dos gabinetes ministriais, a sua remuneração, e ao aumento de vencimentos de administradores de empresas públicas.
O autarca alertou ainda na TSF para a situação dramática das Câmaras Municipais, acusando a Banca de não facilitar.
«Tem que se criar um acordo com os bancos e, eventualmente, com a própria 'troika' para criar uma linha especial para crédito aos municipios. No contexto da crise actual, os municipios estão a viver dias cada vez mais dificeis porque as receitas estão a descer drasticamente, há alguns custos fixos que não são fáceis de reduzir e há uma pressão das pessoas carenciadas para pedir mais apoios», referiu.
«E a Banca não está a querer dar crédito aos municipios e quando dá é em valor muito pequenos e a juros altissimos alegando que o Governo e a 'troika' não previram a situação especifica das Câmaras Municipais e, portanto, não querem desviar dinheiro dos empréstimos ao sector privado para acudir à economia pública», concluiu Macário Correia.