A manchete do jornal Hoje Macau classifica de «Inenarrável» o atraso de duas horas de Paulo Portas numa receção no consulado de Portugal. A razão, diz o gabinete do vice-primeiro-ministro, foi o atraso do avião.
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Conta o jornal que o vice-primeiro-ministro (que aterrara pouco tempo antes em Hong Kong) «chegou quase duas horas atrasado a uma recepção organizada no passado domingo pelo consulado de Portugal em Macau para a comunidade portuguesa local, o que fez com que cerca de metade das pessoas que se encontravam presentes tenham abandonado o evento antes da sua chegada»
Este jornal diário, de língua portuguesa, acrescenta que «a recepção estava marcada para as 21 horas, mas o vice-primeiro-ministro português entrou na sala da residência consular (ex-Hotel Bela Vista) quando já eram quase 23 horas». «Entretanto, praticamente todos os convidados de etnia chinesa tinham já partido, expressando delicadamente o seu desagrado pela situação. "Todos sabemos como os chineses consideram este tipo de atraso como uma ofensa e uma falta de consideração", explicou ao HM um empresário português há muito radicado na região. "É incompreensível esta atitude que basicamente tirou face à nossa comunidade. Uma vergonha!».
Ou seja, segundo o jornal Hoje Macau, secundado por outro diário, Jornal Tribuna de Macau, «na sala ficaram apenas portugueses residentes de Macau e os que se deslocaram de Portugal no âmbito do Fórum Macau, com o intuito de ouvir o discurso de Portas».
No editorial de hoje, sem citar nomes, o diretor do Hoje Macau, Carlos Morais José, escreve que «É triste e grande esta sina de ser português. Triste porque somos há séculos governados por manhosos, pelos mais habilidosos de entre nós na arte da intriga, da mentira e do pequeno proveito. (...) Por vezes somos visitados pela pequenez, a ignorância e a má educação».
O gabinete do vice-primeiro-ministro explicou à TSF que o avião, vindo de Frankfurt, se atrasou e que depois perdeu a ligação, via 'Ferry' a Macau. Quanto à ausência de um pedido de desculpas, uma fonte da equipa de Portas explicou que o governante esteve em contacto permanente com o Consul-Geral e que este terá explicado o sucedido.