Madeira: casos de violência doméstica reportados aumentam, PSP fala em números "bastante elevados"
A TSF falou com um representante da PSP e com a diretora do departamento de Apoio à Família, Infância e Juventude da Região Autónoma da Madeira. Ambos concordam que existem vários casos que não são denunciados por medo ou vergonha
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O número de casos de violência doméstica na Região Autónoma da Madeira reportado à PSP no primeiro semestre deste ano aumentou quando comparado com o mesmo período de 2024. É o que adianta a Polícia de Segurança Pública à TSF.
No ano de 2025, no primeiro semestre, nós tivemos cerca de 382 casos de processos de violência doméstica que representam um acréscimo do número relativamente ao primeiro semestre de 2024: foram mais 15.
Nas últimas semanas, foi conhecido o caso do bombeiro que foi filmado a agredir a mulher, em Machico, e que está em prisão preventiva, após ter-lhe sido negado o habeas corpus pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Em declarações à TSF, o subintendente Fábio Castro, chefe de gabinete do Comandante Regional da PSP Madeira, admite que os números conhecidos são "bastante elevados", tendo em conta a população do arquipélago.
O subintendente aponta várias causas para o aumento destes números, como "uma população mais informada sobre aquilo que é violência doméstica, também confia no sistema e existe maior propensão em denunciar". Contudo, ressalva: "Sabemos que existem ainda muitos casos que não são denunciados pelas mais diversas razões, seja por dependências ou carências económicas, seja por pressões familiares, pela vergonha de expor a sua situação."
Fábio Castro destaca ainda o que tem vindo a ser feito pela Polícia de Segurança Pública para conseguir inverter estes dados, nomeadamente a realização de ações de sensibilização com "especial atenção junto às escolas".
A TSF também ouviu a diretora do departamento de Apoio à Família, Infância e Juventude da Região Autónoma da Madeira. Paula Mesquita revela outros números, sublinhando que os mesmos refletem apenas os pedidos de ajuda que chegaram a esta estrutura: 135 novos pedidos no primeiro semestre de 2025.
A mesma responsável gostaria que houvesse mais casos reportados, reconhecendo que isso significaria que cada vez mais pessoas deixariam de ter medo de fazer denúncias. "Sabemos todos que existem mais casos", assume.
Nestas declarações à TSF, Paula Mesquita detalha ainda o trabalho que é feito pelo departamento de Apoio à Família, Infância e Juventude da Região Autónoma da Madeira, exemplificando com "o apoio nas declarações para memória futura".
