Madeira: moradores do Sítio da Furna recusam abandonar casas no caminho do fogo

O fogo na Madeira mantém duas frentes ativas
Homem de Gouveia/Lusa
As autoridades deram ordem aos habitantes para que saíssem para o pavilhão desportivo da Ribeira Brava
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Eram para ser 60, mas até agora foram só seis os habitantes que deixaram as suas casas. A maioria dos moradores do Sítio da Furna, na Ribeira Brava, recusa-se a abandonar a casa no caminho do fogo.
As autoridades deram ordem aos habitantes para que saíssem para o pavilhão desportivo da Ribeira Brava, um local seguro. No entanto, o presidente da junta de freguesia, Marco Martins, confessa que está a fazer o que pode, uma vez que só conseguiu retirar meia dúzia de pessoas.
"Principalmente numa das zonas mais afastadas do concelho as pessoas têm mais dificuldade em sair do seu canto. É muito complicado porque as pessoas estão muito apegadas. Obviamente tentamos fazer o nosso melhor e aconselhar as pessoas a saírem porque é melhor prevenir na eventualidade de ocorrer alguma situação", explicou Marco Martins em declarações à SIC Notícias.
O responsável mostra também alguma indignação pela forma como algumas pessoas vão passando pela zona só para ver o fogo ou criticar o que se está a fazer.
"É engraçado que vieram pessoas com responsabilidades à Ribeira Brava, mas não vi nenhum trazer água ou uma sandes quando havia pessoas que estavam a precisar. Quando se vem à Ribeira Brava, que se venha com o coração aberto, com vontade de ajudar aqueles que estão há 90 horas sem dormir, como é o caso do comandante, a quem agradeço o empenho e dedicação", acrescentou o presidente da junta de freguesia.
O fogo na Madeira mantém duas frentes ativas e, por precaução, os moradores da Fajã das Falinhas não podem regressar a casa. As autoridades temem um reacendimento, como já aconteceu na zona de Curral das Freiras. É o terceiro reacendimento a pôr as autoridades em sobressalto.
