O líder do PSD-Madeira disse que a Região Autónoma da Madeira necessita «urgentemente» de liquidez, acreditando ser possível um acordo com o Governo para solucionar a questão financeira.
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«A Madeira tem muito património, graças a Deus, o património que a Madeira tem é mais do que suficiente para cobrir muitas vezes a sua dívida, o problema é liquidez e nós precisamos, urgentemente, dessa liquidez para poder pagar os fornecedores em atraso, para poder terminar as obras que estão em curso», afirmou, sexta-feira à noite, Alberto João Jardim.
O presidente do PSD-M, discursava no Porto Santo, no tradicional comício que assinala a «rentrée» política do partido na região, ocasião em que explicou que é nesse sentido que «se vai procurar fazer um acordo com o actual Governo da República», de coligação PSD/CDS-PP.
Alberto João Jardim, que há mais de 30 anos preside ao Executivo regional, justificou a dívida da Madeira com o «ataque financeiro» do Governo socialista através da Lei das Finanças Regionais.
Para o dirigente do PSD-M, a situação destruiu o que estava planeado e as «legítimas expectativa» que existiam face à lei que estava em vigor.
«Com este rombo nas finanças da Madeira, eu só tinha duas hipóteses: ou fazia como no boxe, jogava a toalha ao chão e desistia (...) ou então enfrentava-os como enfrentei e aumentei a dívida da Madeira», declarou Alberto João Jardim, referindo que preferiu a «derrapagem financeira» para «resistir à agressão socialista (...) e agora poder negociar com o Governo que é liderado pelo PSD» a ter que se «render e ter parado com tudo».
Às centenas de pessoas que assistiam ao comício, o social-democrata acrescentou que a restauração das finanças públicas da Madeira é um dos quatro objectivos do programa de Governo com que se apresenta, novamente, às eleições legislativas regionais de 09 Outubro, que incluem a manutenção do Estado social, a continuação das obras em curso e a concretização das que foram lançadas, e o alargamento da autonomia.
Num discurso de quase uma hora, no qual repetiu as críticas à oposição, sobretudo ao PS e ao CDS, Alberto João Jardim enumerou as conquistas de mais de três décadas de governação, considerou que o actual regime político português «assenta em muitos interesses económicos» e apontou a existência de «gente dos partidos» em «sociedades secretas» que dão «ordens» no que se passa no país.
Contactado pela TSF, o Ministério das Finanças escusou-se a fazer quaisquer comentários sobre as declarações do presidente do Governo Regional da Madeira.