O Ministério da Agricultura deixa, para já, sem resposta o pedido dos produtores florestais, partidos e autarcas para que seja fixado um valor mínimo para a madeira queimada.
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Contactado pela TSF, o Ministério da Agricultura explica que a situação está a ser seguida pela Plataforma de Acompanhamento das Fileiras Florestais e que só no próximo mês deverão ser apresentadas propostas.
É a resposta da tutela às preocupações expressas pelos produtores florestais com a queda do preço da madeira queimada. Nos últimos meses, o preço da madeira passou de 36 para 27 euros a tonelada (menos 25%).
Os autarcas da zona de Pedrógão, uma das mais afetadas pelos incêndios de verão, propõem ao Governo, incluindo diretamente ao primeiro-ministro, que para acabar com a especulação, o Estado defina preços mínimos com urgência e crie incentivos a uma reflorestação ordenada.
O PCP também quer que seja fixado um valor mínimo. O deputado João Ramos afirmou à TSF que foram informados que o preço da madeira queimada no incêndio de Pedrógão não tem parado de cair, com graves perdas para os proprietários, pelo que se impõe ao Governo que avance com as medidas já aprovadas na generalidade na Assembleia da República.
Aliás, há um projeto de lei no parlamento, aprovado na generalidade a 19 de julho, que prevê que o Ministério da Agricultura e Florestas crie parques para receber madeira queimada do fogo de Pedrógão e defina um preço baseado naquilo que se verificava antes do fogo.
O problema é que o projeto, aprovado pelo PSD, BE, CDS-PP, PCP e PEV, não passou de imediato, devido ao PS, a votação final global e está à espera que os deputados regressem de férias para começar a ser discutido na especialidade.