MAI quer tirar a limpo eventuais comportamentos ilegais adotados por militares da GNR
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, pediu hoje à Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) para apurar o que se passou quinta-feira durante o protesto dos militares da GNR, que tentaram invadir as instalações do ministério.
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Em comunicado, o Ministério da Administração Interna (MAI) refere que Miguel Macedo solicitou à IGAI que «sejam apurados todos os factos e comportamentos que configurem violação dos deveres legais e estatutários dos militares da GNR» envolvidos, na quinta-feira, numa manifestação promovida pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG) e a Associação Nacional dos Sargentos da Guarda (ANSG).
Os ânimos dos cerca de mil militares da GNR, que na quinta-feira participaram no «passeio contra as injustiças», exaltaram-se e tentaram invadir o MAI, tendo derrubado o cordão policial que estava montado no meio do Terreiro do Paço, levando a um reforço da PSP.
Num comunicado enviado à agência Lusa, o comando geral da GNR considera que alguns elementos presentes «adotaram comportamentos que, ultrapassando as mais elementares regras de ética, decoro e brio profissional», colocaram em causa «a imagem da GNR e dos milhares» que «garantem a segurança e a tranquilidade das populações que servem».
«Os comportamentos desses elementos ultrapassaram o normal e regular direito de manifestação, tendo assumido uma postura que em nada os dignifica enquanto militares e enquanto agentes de autoridade», adianta a nota, sublinhando que o comandante-geral e os militares da GNR «não se revêm neste tipo de atitudes e repudiam veementemente» esses comportamentos.
O comando-geral da GNR afirma ainda que foram tomadas medidas para que situações deste tipo não se tornem a repetir.
Fonte da corporação disse à Lusa que hoje o comandante-geral já esteve reunido com as duas associações que promoveram o protesto.
A Associação dos Profissionais da Guarda refere que «nunca esteve em risco de ocorrer» uma invasão ao MAI, tendo sido apenas manifestada «de forma intensa» a «indignação».
«Efetivamente o incidente verificou-se face ao sentimento de indignação e de injustiça sentido e manifestado de forma intensa mas pontualmente mais excessiva, numa circunstância que esteve circunscrita a um curtíssimo espaço de tempo, de pronto sanado pelos promotores da iniciativa e demais participantes», sublinha a APG, em comunicado.