"Maior liberdade e igualdade." Sociedade defende criação de Plano Nacional da Saúde da Mulher
Um dos objetivos da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde é dar competências às mulheres para, por exemplo, prevenir comportamentos abusivos e doenças.
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A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde defende a criação de um Plano Nacional da Saúde da Mulher. O objetivo é recomendar ao Governo a criação de condições para melhorar o acesso da população feminina a estes cuidados, começando pelo aumento do conhecimento das mulheres nesta área.
À TSF, a presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, Cristina Vaz de Almeida, diz que é fundamental dar competências a quem não as tem.
"Quando uma mulher tem baixa literacia em saúde, normalmente não consegue nem aceder, nem compreender, nem usar os recursos de saúde, mas ao mesmo tempo tem vergonha e receio de contactar", afirma Cristina Vaz de Almeida, dando o exemplo da violência de género, das questões educacionais e da comunidade LGBTI.
"É preciso, de forma holística, dar maior liberdade e maior igualdade às mulheres, mas para dar maior liberdade e maior igualdade, temos que dar competências", considera.
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O reforço do conhecimento é fundamental para prevenir comportamentos abusivos e doenças.
"Em Portugal, só 22% das mulheres fizeram qualquer exame para detetar qualquer tipo de doença sexualmente transmissível e, por isso, o Instituto Europeu para a Igualdade de Género, em 2021, afirmou mesmo que a saúde das mulheres é pior do que a dos homens", recorda.
Quando se fala da saúde da mulher, fala-se, segundo Cristina Vaz de Almeida, da depressão, da ansiedade, da violência doméstica e dos transtornos alimentares. "Começar na saúde da mulher é começar quando ela praticamente nasce e durante todo o seu ciclo de vida."
Este trabalho de reforço competências e conhecimentos deve envolver vários organismos, através de "parcerias", defende Cristina Vaz de Almeida.
"Tem que ser através de parcerias das sociedades científicas, das associações de doentes que têm um papel incrível e determinante, dos municípios e depois todas as entidades da saúde, como o Ministério da Saúde ou o Ministério do Trabalho e da Solidariedade", diz, sublinhando a importância de criar "pequenos grupos de trabalho para olhar para isto de uma forma integrada, sendo multiprofissionais e multidisciplinares".
A recomendação para a criação de um Plano Nacional da Saúde da Mulher é apresentada este domingo, dia em que se assinala o Dia Internacional da Saúde da Mulher.