Maioria dá nota insuficiente ao acordo de rendimento para travar dificuldades dos trabalhadores
Primeira sondagem realizada após entendimento em sede de concertação social indica que os portugueses querem mais apoios para travar perda de poder de compra.
Corpo do artigo
Sessenta e cinco por cento dos inquiridos confessa que ouviu falar das medidas lançadas em sede de concertação social, traduzidas no acordo de rendimentos que prevê uma valorização salarial de 5,1% em 2023. Mas a mesma maioria considera que não é suficiente a canalização de três mil milhões de euros para reduzir a fatura da energia das empresas.
Quanto ao aumento do ordenado mínimo nacional dos atuais 705 euros para 760 no próximo ano até chegar aos 900 euros em 2026, a maior parte dos inquiridos considera pouco esse aumento faseado do ordenado mínimo e a maioria nem sequer acredita que tal aumento chegue ao setor privado. Ultrapassam mesmo 71% os céticos quanto ao cumprimento do acordo por parte dos patrões.
TSF\audio\2022\11\noticias\06\ana_maria_ramos_barometro_concertacao_social
Já sobre o que ficou acordado para a função pública até 2026, incluindo a subida do subsidio de refeição para os cinco euros com efeitos a partir de outubro deste ano, 65% afirma que não é suficiente e apenas 25% aceita a proposta que prevê um aumento da base remuneratória de 8% já no próximo ano e um aumento anual mínimo de 52 euros.
Já sobre a negociação deste acordo válido para os próximos 4 anos que a Frente Comum, afeta à CGTP, recusou assinar, 32% considera que quem defendeu melhor os interesses dos trabalhadores foram os sindicatos afetos à UGT.
As opiniões mais expressivas vêm de homens com idade igual ou superior aos 65 anos, mas 25% aprova a rejeição do acordo por parte das estruturas sindicais ligadas à CGTP e é nas classes de rendimentos mais baixos e mais jovens que 43% não emite sequer opinião.
Socialistas e simpatizantes do Livre estão entre os inquiridos mais otimistas, que acreditam que este acordo contribui para melhorar a situação do pais.
O equilíbrio entre as diferentes forças partidárias é visível quanto aos que consideram que a situação de Portugal ficará igual. Os mais pessimistas manifestam ser do Chega e do PAN.
Já quanto a expectativas pessoais em função deste acordo, uma maioria de 42% considera que ficará igual, 35% responde que vai ficar pior e apenas 17% acredita que, em termos familiares, terá melhores dias.
Ficha técnica
A sondagem foi realizada pela Aximage para a TSF, JN e DN com o objetivo de avaliar a opinião dos Portugueses sobre temas relacionados com Concertação Social e Acordo de Rendimentos.
O trabalho de campo decorreu entre os dias 26 e 30 outubro de 2022. Foram recolhidas 812 entrevistas entre maiores de dezoito anos residentes em Portugal.
Foi feita uma amostragem por quotas, com sexo, idade e região, a partir do universo conhecido, reequilibrada por sexo e escolaridade. À amostra de entrevistas, corresponde um grau de confiança de 95% com uma margem de erro de 3,4%.
A responsabilidade do estudo é da Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.