Presidente da Confederação das Micro, Pequenas e Médias Empresas garante que os empresários se "sentem abandonados pelo governo" e avisa que são precisas medidas urgentes para apoiar um milhão e duzentos mil empresários que estão a viver "enormes dificuldades".
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O presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) acusa o governo de abandonar os empresários que representa e garante que, caso nada seja feito num curto espaço de tempo, a maioria não vai reabrir portas.
No final de uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, esta segunda-feira, no Palácio de Belém, Jorge Pisco sublinhou que o Presidente da República está solidário com os problemas dos associados e deu conta das propostas apresentadas pela confederação, que querem ver acolhidas por parte do executivo socialista, entre as quais "que o governo não seja limitativo para que os micro-empresários possam aceder a créditos bancários".
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Os empresários propõem ainda "a criação de fundo de tesouraria a fundo perdido para as micro-empresas" e "que se crie um regulamento que não discrimine os sócios-gerentes".
Lembrando que as dificuldades são muitas para os cerca de um milhão e duzentos mil pequenos e médios empresários, que na maioria tiveram de parar a atividade e não têm conseguido acesso aos créditos bancários, o presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas admite que estes milhares de empresários se sentem "abandonados" pelo executivo de António Costa.
"Claro que nos sentimos abandonados pelo governo", defende Jorge Pisco, que critica as declarações do ministro da Economia quando antecipou o encerramento definitivo de muitas empresas. "Foi preciso, infelizmente, haver esta pandemia para que Portugal, os governantes e a comunicação social se apercebessem que o tecido económico português é constituído por pequenas e médias empresas. Esta é a realidade do país e por isso exigimos que nos tratem como deve ser", sublinhou.
Questionado pelos jornalistas, Jorge Pisco reconhece, no entanto, que, se algo não for feito, "a maioria das micro, pequenas e médias empresas não vai reabrir".
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"Com as medidas que o governo tem apresentado, não vão abrir", sustenta o presidente da confederação, que avisa que "se o governo continua a fazer ouvidos de mercador às propostas que a CPPME faz, não há empresa que resista", afirma, acrescentando que "as empresas estão descapitalizadas".
A CPPME promete realizar uma conferência com os diversos setores empresariais para refletir as implicações da pandemia da Covid-19 nos negócios, para a qual convidou o presidente da República.