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Até final do ano, hoteleiros esperam uma média de 30% de ocupação nos hotéis.
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A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) inquiriu os associados sobre o impacto da Covid-19 nas unidades hoteleiras e verificou que 80 % dos associados que responderam ao inquérito não têm qualquer confiança de que a situação no turismo vá normalizar até final do ano.
Se, em março, só 10% acreditava que a pandemia de Covid-19 iria ter impacto no setor, agora é o contrário: apenas uma minoria residual, 0,18% acredita que tudo irá melhorar.
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E os números assim o confirmam. Os hoteleiros inquiridos falam em quebras muito acentuadas no primeiro semestre. "Há um maior pessimismo e o grosso dos hoteleiros aponta para quebras nas taxas de ocupação entre os 50 e 90%", afirma a presidente da AHP .
Na apresentação dos resultados do inquérito, Cristiza Siza Vieira acrescenta que mesmo no segundo semestre as expectativas para as taxas de ocupação na hotelaria são muito baixas. "Em julho, agosto, setembro e outubro há uma expectativa de reservas entre 20 a 40%, uma média máxima de 30% ocupação até final do ano".
No inquérito muitos hotéis confirmam que vão reabrir até final do ano, mas grande parte irá funcionar com capacidade reduzida. Das reservas já efetuadas os hoteleiros afirmam que o mercado com maior expressão até agora é o português, que representa quase 35% seguido do espanhol, com aproximadamente 21%, o do Reino Unido com 17%, o francês e alemão.
Em relação a anos anteriores, os hoteleiros esperam quebras nas receitas que podem chegar aos 3, 6 mil milhões de euros. Mesmo assim, ninguém quer baixar preços. "Não vai haver saldos na hotelaria", garante Cristina Siza Vieira. Segundo os dados revelados no inquérito, os hoteleiros vão praticar preços idênticos ou apenas 20% mais baixos. "Vai haver ajustes nos preços, promoções, campanhas, upgrades, ou seja, ferramentas saudáveis para lidar com o mercado que está comprimido".
A grande maioria, 98% dos hoteleiros inquiridos, considera ainda que são necessárias mais medidas extraordinárias de apoio ao turismo por parte do governo.