Quase nove em cada dez idosos que vivem em lares sofrem de demência. A conclusão consta de um estudo realizado pela União das Misericórdias Portuguesas.
Corpo do artigo
O número, dizem os responsáveis, é um alerta para as instituições que acolhem os mais velhos, já que muitos lares não estão preparados para prestar um bom serviço em matéria de demência.
É uma realidade que diretores técnicos e responsáveis não conseguiram identificar em toda a sua dimensão. Foram eles que numa primeira fase identificaram os idosos com e sem alterações cognitivas e aqueles com e sem demência. Concluíram, então, que nos lares havia entre 25 a 30% de idosos com demência. Apenas cinco por cento sem alterações cognitivas e seis por cento com alterações cognitivas sem demência. A maioria escapou assim a um diagnóstico correto da doença.
Na segunda fase do estudo, realizado pela União das Misericórdias Portuguesas, entraram em campo seis psicólogos que avaliaram a mesma população, com idades entre os 46 e os 105 anos. As conclusões revelam que nove em cada dez idosos em lares têm alterações cognitivas e destes, 78 por cento apresentam sintomas de demência. Em quase metade dos casos, a doença manifesta-se na memória e num terço verificaram-se alterações de comportamento.
O coordenador do estudo, Manuel Caldas de Almeida, sublinha a importância deste levantamento referindo que a demência não é reconhecida. As conclusões demonstram, também, que os lares não estão a prestar um bom serviço, porque não estão preparados para ter pessoas com estes sintomas. O estudo analisou uma população de 1503 idosos, residentes em 23 instituições e demorou dois anos a ficar concluído.