O partido Os Verdes, que propõem que a Constituição seja estudada na escolaridade obrigatória, diz que a maioria «não gosta» da lei fundamental. A maioria diz que já muitas referências à Constituição nos programas escolares.
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A Esquerda parlamentar acusou, esta quinta-feira, a maioria de tentar esconder a Constituição aos portugueses, isto depois de PSD e CDS se oporem a que o texto fundamental seja estudado durante a escolaridade obrigatória, proposta feita pelos Verdes.
A deputada Heloísa Apolónia, d'Os Verdes, lembrou que a «maioria não gosta da Constituição, porque ela funciona como entrave a alguns desejos políticos profundamente macabros».
«Imaginem, se porventura num país de sonho que seria esse Portugal, os jovens e cidadãos conhecessem bem a Constituição da República Portuguesa», acrescentou.
Reagindo a declarações de Fernando Negrão, que disse que deveria ser evitado o contacto dos alunos com um texto datado e de forte carga ideológica, a comunista Rita Rato lembrou que a Lei Fundamental «é ideológica, mas não é papel higiénico».
Por seu lado, o bloquista Luís Fazenda recordou os tempos em que contestou a «Constituição fascista» que vigorava na altura da Ditadura do Estado Novo, ao mesmo tempo que reclamou o «estudo de uma Constituição democrática».
Após a socialista Ana Catarina Mendes ter desejado que os «estudantes não padeçam de amnésia», a maioria PSD/CDS lembrou que os programas escolares já têm muitas referências à atual Constituição.
Apesar de aceitar parcialmente os reparos da oposição, o democrata-cristão Michael Seufert entende que é «grave» uma biblioteca escolar não ter um exemplar da Constituição, apesar de ter lembrado que o texto fundamental está disponível na Internet.