
No Parlamento, o PCP propôs ao Governo o aumento imediato do salário mínimo nacional para 500 euros. A maioria rejeitou a recomendação dos comunistas com o argumento da crise.
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Os comunistas consideram que a subida do salário mínimo nacional se justifica no momento em que se adivinha o aumento da pobreza, mas a maioria argumenta que a crise não permite este tipo de medidas.
PSD e CDS evocam a situação económica do país para chumbar a recomendação do PCP que pretendia o aumento imediato do salário mínimo nacional para 500 euros e a garantia de que em 2013 haveria nova subida para os 600 euros.
Este é o compromisso que a maioria não consegue assumir no presente. O PSD lembra que o momento é delicado e considera que não cola a comparação feita pelo PCP com outros parceiros europeus.
«O PCP argumenta que Portugal tem o salário mínimo mais baixo da Zona Euro, omitindo que vários dos seus países como a Alemanha, a Áustria, o Chipre ou Itália não têm um salário mínimo estabelecido, não sendo possível deste modo fazer qualquer comparação», adianta o social-democrata Pedro Roque.
Na resposta, Jorge Machado, do PCP, lembra um caso diferente: «a Eslováquia possui um salário mínimo de 317 euros por mês claramente inferior ao português».
«O PSD utiliza as comparações com a Europa para tudo, para reduzir o salário, para reduzir as indemnizações, para atacar o direito de trabalho, para atacar a concertação social, tudo serve para comparar com a Europa, quando chega a altura de comparar o salário mínimo já não vale», argumenta.
«Isso é uma comparação vergonhosa. Sabe porquê? O salário mínimo nacional em Espanha são 748 euros, no Reino Unido 1149, na Bélgica 1415, na França 1365, no Luxemburgo 1748», acrescentou Jorge Machado, em defesa do salário mínimo nacional para os 500 euros, uma recomendação ao Governo com o chumbo garantido.