Mais autocarros e novos percursos. Carris vai reformular rede de transportes em Lisboa
A reformulação da rede da Carris surge como uma resposta à futura linha circular do Metro de Lisboa e ao aumento do número de passageiros. A vice-presidente da Carris adianta à TSF que está previsto um investimento de cerca de 170 milhões de euros.
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A Carris vai reformular a rede de transportes em Lisboa, com mais autocarros e novos percursos, tendo em conta as mudanças no Metro da cidade. Entrevistada na emissão especial dedicada aos 35 anos da TSF, a bordo de um autocarro da Carris, a vice-presidente da empresa, Maria Albuquerque, explicou que a futura linha circular do Metro exige uma adaptação das carreiras atuais.
"Há uma linha circular do Metro que vai mudar muito a forma como as pessoas se movimentam na cidade, ligando pontos que hoje estão separados por um ou mais transbordos. Necessariamente temos de nos adaptar. Os estudos e as simulações que se fizeram no âmbito da expansão da rede do Metro demonstram que vai haver ainda mais passageiros e pessoas a circular no interface do Cais do Sodré. Nós, Carris, assim como os outros operadores, temos de nos adaptar a essas alterações. Temos que reforçar a nossa oferta, porque prevemos que nos próximos anos haja um aumento de passageiros generalizado e isso é muito positivo. Teremos que dar uma resposta à altura, e a resposta que a Carris tem, neste momento, é uma reformulação de rede que estamos a iniciar", adiantou à TSF Maria Albuquerque.
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A reformulação da rede da Carris vai começar a ser estudada este ano, até porque o número de passageiros não para de aumentar.
"Todos os meses temos vindo a aumentar os passageiros, fechámos o ano com 91% dos dados de 2019. Estamos a ter um aumento muito relevante e, para isso, vamos reforçar com mais autocarros e elétricos na rua, uma renovação da frota muito exigente nos próximos anos, com um investimento de cerca de 170 milhões de euros, com autocarros mais modernos, mais limpos e com os novos elétricos - os carros elétricos ferroviários - a circular na linha marginal, na zona 15, e que servem, por exemplo, a zona do Cais do Sodré, onde vamos ter uma grande carga", afirmou.
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Numa altura em que a Carris Metropolitana passa por grandes mudanças, o vogal da administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa admitiu, também na emissão especial da Manhã TSF, que a transição é complicada. Rui Lopo garantiu, no entanto, que, depois das dificuldades iniciais, o processo está agora mais estável.
"Está em estabilização, é um processo complexo e muito exigente de uma área que precisava de um fortíssimo investimento, quer em recursos humanos, quer em meios materiais. Tínhamos frotas muito antigas na Área Metropolitana de Lisboa, tudo isto tem um esforço significativo de alteração, porque demora sempre algum tempo a estabilizar", explicou.