No global, as possibilidades de pesca aumentaram 17% em 2020, mas ministro pede sustentabilidade.
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O ministro Ricardo Serrão Santos fechou a proposta para as quotas de pesca para o próximo ano, numa maratona de negociações que terminou esta madrugada
Serrão Santos considera que se trata de uma proposta "perfeitamente aceitável para Portugal", pois garante que "continua alinhado com a aquilo que são os pareceres do máximo rendimento sustentável, e os planos plurianuais que existem para algumas das espécies".
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"No que respeita ao carapau, a quota aprovada para 2020 foi de 86.634 toneladas, correspondendo a um aumento de 24% face ao TAC de 2019, em consonância com o máximo estimado no parecer científico", refere a nota do governo, emitida no final da reunião, em Bruxelas.
"Quanto à pescada, verificou-se uma redução de 5%, que substitui a proposta de decréscimo de 20%" apresentada pela Comissão Europeia. "Para o tamboril e o lagostim registaram-se pequenas reduções das quotas, entre 3% e 4% e no caso do areeiro, verificou-se um aumento de 24%. Situação distinta é o caso do linguado e da solha, com reduções da quota de 20% e 10%, contra os 40% e 20%, avançados pela COM", lê-se ainda.
Na contagem global, as quotas de pesca sobem 17%, apesar da redução drástica para o bacalhau, numa das principais zonas de captura para os armadores portugueses. A redução é de 51%.
"Não fizemos nenhuma questão sobre isso, porque os dados que existem mostravam que era insustentável pescar acima daquilo que era proposto", afirmou o ministro, deixando entender que não espera uma redução da oferta de bacalhau nos supermercados, pois "as pescarias nacionais representam 4% do consumo de bacalhau que nós fazemos".
Ricardo Serrão Santos entende que a sustentabilidade da espécie requer uma adaptação do setor, sendo preciso "encontrar alternativas", da parte dos "operadores têm de encontrar alternativas".
"Não podemos estar assumir o que pescamos um manancial um stock, acima daquilo que determina o futuro desse próprio stock", afirmou o ministro do Mar, no final da reunião em que se discutiram as quotas para o próximo ano.