Na Escola da Guarda, em Queluz, há, ao todo, 226 novas viaturas paradas.
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A Associação Nacional de Sargentos da Guarda (ANSG) estranhou a presença de mais de 100 veículos novos e prontos a utilizar pela GNR, que estão imobilizados desde o início de maio na Escola da Guarda, em Queluz.
A associação receia que os atrasos na entrega das viaturas aos postos territoriais estejam associados a um "número" político em pleno ano de legislativas. A ANSG expressou, em entrevista ao Jornal de Notícias, publicação que avançou a notícia , que espera "que a demora na entrega das viaturas não se deva a qualquer agenda e cerimonial com pompa e circunstância".
A ANSG descreveu a transformação de um espaço dedicado à formação de militares em "entreposto automóvel" como "lamentável".
Em declarações à TSF, José Lopes, dirigente da associação visada revelou a sua indignação: "Não queremos acreditar que isto não faça parte de um plano estratégico para uma agenda cerimonial de pompa e circunstância, para que só depois se entreguem as viaturas. Esperamos que não seja o cumprimento de uma agenda."
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O Ministério da Administração Interna (MAI) já deixou, entretanto, a sua resposta a este caso, e sublinhou que os veículos estão de momento a ser avaliados para "garantir a conformidade com o caderno de encargos".Mais ainda, o MAI garantiu que os carros serão entregues na quarta-feira da próxima semana, depois de instalado o sistema de comunicação e outros equipamentos operacionais.
Em declarações ao JN, o MAI confirma que destas viatura "105 chegaram anteontem [segunda-feira] e 18 chegaram ontem [terça-feira]". Já as restantes viaturas "chegaram em maio", explicou a tutela.
As explicações do Governo, no entanto, não serviram para acalmar as preocupações de diferentes órgãos da GNR, num momento em que as avarias devido a acumulação de quilómetros e acidentes têm inviabilizado uma quantidade significativa de meios de transporte nos postos territoriais.
Nem mesmo a Associação Nacional de Sargentos está convencida com a justificação do MAI.
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O presidente da ANSG frisou à TSF que esta é uma situação que se arrasta há vários meses. "Essa [preparação de carros com os equipamentos operacionais] terá sido a desculpa apresentada, mas eu recordo que, desde dezembro do ano passado, nem mesmo as viaturas que surgiram nessa altura - um lote de dezenas de viaturas - dispõem de meios de comunicação. Vamos andar até quando a fazer instalações?", rematou José Lopes.
[Notícia atualizada às 10h30]