Mais de 10.700 pessoas sem-abrigo. Marcelo promete "fazer tudo" para reduzir número "até 2026"
O chefe de Estado sublinha que Portugal está numa "corrida contra o relógio" e considera que só com recurso aos fundos comunitários pode ser encontrada uma "solução justa, digna e humana".
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou esta sexta-feira que o número de pessoas em situação de sem-abrigo em Portugal tenha aumentado para mais de 10.700 e promete fazer de "tudo" para reduzir o número até 2026.
À margem de um encontro no âmbito da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA), no Algarve, Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, considerou que é intolerável haver uma desatenção da sociedade para com essas pessoas.
"Antes, em 2019, estava aquém dos 10.763. Agora, veio a guerra, veio este problema da habitação, veio o problema da inflação, que deitou para a rua muita gente de várias idades, obrigou-os a essa situação de sem-abrigo", afirmou.
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O chefe de Estado assegurou ainda que o Governo "está muito empenhado" em reduzir "bastante" este número "até 2026".
"Daquilo que depender de nós - eu sei que o Governo está muito empenhado e a senhora ministra está muito empenhada e estas equipas são sensacionais - vamos fazer tudo para, até 2026, reduzir bastante o número", garantiu.
As equipas pertencem à ENIPSSA e, aos 16 núcleos iniciais, hoje já se somaram outros e são agora 35 em todo o país. No seu discurso, neste encontro nacional, o Presidente considera que há uma única saída para acabar com o fenómeno.
"Prevenir, prevenir, prevenir. Ao mesmo tempo, continuar na experiência no domínio da habitação, no domínio da saúde e do que seja possível no domínio do emprego e a todos os outros domínios convergem neste fenómeno transversal usando o maior número de meios disponíveis porque é uma corrida contra relógio".
Uma corrida, diz Marcelo, para usar os fundos comunitários possíveis na estratégica para a integração de pessoas sem-abrigo.
"Estes fundos comunitários que temos agora até ao final da década, provavelmente não voltaremos a ter na mesma forma. Há que utilizá-los para tentar encontrar uma solução justa, digna, humana para um fenómeno, que na parte que depende de nós, tem de ter essa resposta".
Ao todo, o recenseamento aponta para a existência de mais de 10.700 pessoas que vivem na rua.