Os fogos em Tabuaço, Covilhã, Trancoso e Vila Real são os mais preocupantes
Corpo do artigo
Mais de 1700 operacionais combatiam, pelas 07h00 desta terça-feira, os quatro incêndios mais preocupantes em Portugal continental, em Vila Real, Trancoso, Covilhã e Tabuaço, de acordo com a Proteção Civil.
Os incêndios em Tabuaço (Viseu), Covilhã (Castelo Branco), Trancoso (Guarda) e Vila Real estavam em curso, enquanto outros dois incêndios de dimensões significativas, em Moimenta da Beira (Viseu) e Caldas das Rainhas, se encontravam em resolução.
O fogo de Tabuaço, no norte do distrito de Viseu, conta com uma frente ativa "numa zona de difícil acesso", encontrando-se "em progressão", disse à Lusa fonte do Comando Sub-regional do Douro.
No terreno, combatiam o fogo 215 operacionais apoiados por 73 meios terrestres, de acordo com a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O fogo de Vila Real, onde se encontram 300 operacionais auxiliados por 105 meios terrestres, tem também uma frente ativa, ainda de acordo com a mesma fonte. À TSF, o 2.º comandante da Proteção Civil de Vila Real, José Requeijo, afirma que há uma frente ativa, junto das povoações de Outeiro e Caravelas, mas não há casas em perigo.
"Não há qualquer problema ou preocupação com as aldeias porque está a arder na zona de serra, com declínios acentuados, em que os acessos são dificultados", explica à TSF José Requeijo, esperando que os meios de combate sejam reforçados.
Já em Freches, Trancoso, encontravam-se 702 bombeiros auxiliados por 225 veículos. Também declarações à TSF, o comandante sub-regional da Proteção Civil do Oeste, Carlos Silva, sublinha que a grande dificuldade são os acessos, uma vez que esta é uma zona "de muita pedra em que não há acessibilidade de veículos".
"Durante a noite fez-se um trabalho com a ferramenta manual e com linha de água nesta frente, mas infelizmente acabou por não surgir o efeito esperado e agora, no período da manhã, teve uma arrancada maior. Temos de redefinir a estratégia para esta frente", refere.
São duas as frentes ativas, mas não há aldeias em perigo: "A frente ativa junto à Aldeia Velha está a ficar resolvida. Esperemos que dentro de pouco tempo a mesma fique resolvida, se não houver nenhuma alteração das condições meteorológicas. No entanto, a frente mais a norte, no flanco esquerdo, acaba por não estar a facilitar e a não dar tréguas."
Já em Sobral de São Miguel, na Covilhã, das três frentes, "uma está ativa e duas frentes dominadas", acrescentou a mesma fonte, apontando que, no terreno, trabalham 525 operacionais com apoio de 167 veículos.
Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio e, nas últimas semanas, têm deflagrado vários incêndios no norte e centro do país que já consumiram uma área de quase 60 mil hectares este ano.
Pedro Araújo, oficial de operações da ANEPC, destacou, num balanço pelas 23:00 de segunda-feira, que nestes quatro incêndios se registaram 37 vítimas, entre civis e operacionais, que foram assistidos no local (sem necessidade de assistência hospitalar) ou considerados feridos ligeiros e transportados ao hospital.
Doze distritos de Portugal continental estão sob aviso laranja por causa do calor, a maioria até ao final do dia de quinta-feira, anunciou esta segunda-feira o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Bragança, Évora, Guarda, Beja, Castelo Branco e Portalegre estão sob aviso laranja, o segundo mais grave, devido à "persistência de valores muito elevados da temperatura máxima", que vai permanecer até às 18h00 de quinta-feira.
Já os distritos de Viseu e Vila Real passam a amarelo a partir das 18h00 de terça-feira, regressando ao aviso laranja entre as 06h00 e 18h00 de quinta-feira, referiu o IPMA em comunicado.
O Governo renovou a situação de alerta no país até quarta-feira, dia 13 de agosto, devido ao risco de incêndio florestal.
A renovação da situação de alerta tem como base dois motivos principais: a continuação de temperaturas elevadas em todo o país para os próximos dias e a diminuição de ignições devido às proibições determinadas.
Entre as medidas em vigor estão a proibição de acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas, ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período.
A situação de alerta implica também a proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo de artifício e outros artefactos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.
Notícia atualizada às 08h21
