Confederação Empresarial de Portugal alerta para "ausências em épocas críticas".
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Mais de 300 mil pessoas acionaram a Autodeclaração de Doença (ADD) junto do SNS 24, entre maio de 2023 e janeiro deste ano, avança o Expresso. As autobaixas estão a criar limitações às empresas, que às segundas-feiras ou dias seguintes a feriados já sabem que algum trabalhador poderá não trabalhar por doença.
Os dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Sáúde, citados pelo semanário, indicam que, desde que a medida entrou em vigor até dia 22 de janeiro deste ano, foram ativadas 312 876 autodeclarações, a uma média de 1100 diárias. Os dados revelam ainda que 71,5% dos requerentes tinham idades entre 19 e 44 anos.
“Têm chegado relatos de constrangimentos na gestão de recursos humanos na indústria, devido a estas ausências em épocas críticas”, alerta a Confederação Empresarial de Portugal ao Expresso.
Segundo a mesma fonte, em dezembro foram emitidas 54 606 autodeclarações, com o dia 27 (logo a seguir ao Natal e tolerância de ponto) a registar o maior número de ADD ativadas. Mas, foi no período de Ano Novo que o máximo de autobaixas foi atingido: 5907, no dia 3 de janeiro.
O padrão é notório em praticamente todos os meses. As exceções às segundas-feiras aconteceram em agosto, novembro e dezembro, sempre em dias junto a feriados.
O presidente da CIP, Armindo Moreira, diz ao Expresso que “a preocupação não é tanto o impacto financeiro, porque são ausências não remuneradas, mas o efeito na produtividade e a desconfiança que gera entre os restantes trabalhadores, chamados a acumular o trabalho dos colegas”.
