As polícias receberam, nos primeiros nove meses deste ano, milhares de queixas relativas a casos de violência doméstica. Pelo menos 23 mulheres morreram.
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Até ao final de Setembro chegaram às polícias 22.483 mil queixas de violência doméstica, um número mais pequeno em oito por cento do que em igual período do ano passado, de acordo com dados fornecidos à TSF pelo Ministério da Administração Interna.
O Observatório de Mulheres Assassinadas da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) também conta menos mulheres mortas pelos companheiros, 23 até ao início de Novembro. No mesmo período houve 29 tentativas de homicídio.
A secretária de Estado com a pasta da Igualdade disse à TSF que a queda nos números é positiva, mas é preciso estudar o que passa no terreno.
«Pode haver uma real diminuição das situações», mas «também não é de escamotear a hipótese de que haja menos mulheres a queixarem-se por alguma razão que deve ser analisada», alertou, considerando assim que esta diminuição nos números pode não corresponder à verdade.
Ainda assim, frisou, «os números de que estamos a falar são sempre muito violentos».
Para travar a violência doméstica, o Governo lança esta sexta-feira uma campanha de prevenção. A secretária de Estado falou em imagens chocantes.
«É uma campanha muito dirigida ás mulheres que vivem num ciclo repetido de violência e que se mantêm nessa situação com a expectativa de que a pessoa que as agride vai mudar. Queremos chamar a atenção dessas mulheres para o risco que correrem, que é um risco de morte», disse.
A secretária de Estado com a pasta da Igualdade defende um aumento das penas de prisão previstas, sobretudo nos casos mais graves de violência doméstica. O limite actual é de cinco anos.
Este ano, 15 homens foram condenados por homicídios de mulheres, de acordo com dados reunidos pelo observatório que acompanha o problema.