Em alguns casos, a Inspecção-Geral da Educação diz que as ilegalidades eram especialmente graves. Por isso, foi pedido um parecer ao conselho consultivo da Procuradoria Geral da República.
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A Inspeção-Geral da Educação e Ciência analisou 425 alunos e no final mandou retirar os diplomas a 152 estudantes da Universidade Lusófona.
No entanto, as irregularidades não passam apenas pelas cadeiras do curso de Ciência Política e Relações Internacionais que o antigo ministro Miguel Relvas frequentou.
A Inspeção-Geral da Educação e Ciência detetou problemas em mais de metade das licenciaturas e mestrados desta universidade privada.
Houve problemas em 28 cursos. Pelas contas do Diário Económico há um que se destaca, a licenciatura em Estudos de Segurança, que tem 47 das 152 equivalências investigadas. Entre os nomes destes alunos estão elementos da Polícia Judiciária, PSP e GNR.
No curso de Engenharia do Ambiente foram detectadas 14 irregularidades por falta de documentação que comprove a a experiência profissional e académica dos alunos, há mesmo casos de equivalências concedidas a disciplinas inexistentes.
O processo começou há dois anos e dos 152 alunos notificados para devolver os certificados houve cinco casos corrigidos e que agora vão ser de novo avaliados pela Inspeção-Geral da Educação. Outros 97 alunos manifestaram interesse em regularizar a situação têm que voltar à universidade para realizar exames ou frequentar as disciplinas, mas a Lusófona diz que não vai cobrar propinas a estes alunos.
Há ainda trinta alunos notificados que não responderam à Universidade. Neste caso, os processos serão enviados para o Ministério público para decidir sobre a anulação das licenciaturas que remontam até ao ano 2012.
Um jurista consultado pelo Diário Económico diz que a lei prevê o prazo de um ano após a publicação das pautas com as notas dos alunos para que se possa anular a avaliação. É também este, o entendimento de Miguel Relvas. O antigo ministro de Pedro Passos Coelho continua a ter o seu diploma porque o processo, no Tribunal Administrativo de Lisboa, aguarda sentença há um ano e meio por falta de juízes.
De resto este relatório critica a falta de atuação da Universidade, na auditoria que fez às licenciaturas que levantavam dúvidas. Para a Inspeção-Geral da Educação "não resultou, até à data, a declaração de nulidade de qualquer tipo de creditação atribuída e/ou de certificação emitida". Ou seja, a inspeção acusa a universidade de ter estado este tempo todo de braços cruzados.