Mais de metade dos portugueses não recicla pilhas. Zero defende sistema com tara
Associação acredita que tem de haver um incentivo para que pessoas reciclem pilhas, mas será preciso haver pontos de recolha que muitas vezes se foram degradando.
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Mais de metade dos portugueses, mais precisamente 60%, não faz a reciclagem de pilhas, o que traz consequências graves para o meio ambiente, tendo em conta as componentes perigosas destes objetos. Rui Berkemeier, da associação ambientalista Zero, considera fundamental mudar o paradigma e criar um sistema de tara que incentive os cidadãos.
O responsável lembra que o sistema que existe "aponta muito para a voluntariedade dos cidadãos, mas não premeia minimamente quem colabora". Como tal, "o que a Zero defende - quer para as pilhas, quer para as garrafas de plástico, quer para outros resíduos - é que haja um sistema em que exista uma tara, ou seja, um depósito que quando a pessoa compra o produto paga um bocadinho mais e se devolver recebe o dinheiro de volta", explica.
Com este sistema, quem participa "não perde dinheiro e é um incentivo" e "quem não estiver preocupado com a separação acaba por ser penalizado financeiramente".
Rui Berkemeier admite que "o sistema não está a funcionar bem", que não há muitas campanhas para a recolha de pilhas e mesmo os muitos dos pontos de recolha que havia "deixaram-se degradar", o que dificulta a vida até de quem quer contribuir.
"O incentivo económico ajudaria ao empurrão que faz com que o cidadão participe mais", considera.
"Temos de olhar para este resíduo, que tem componentes perigosas, metais pesados, tóxicos, e não são um resíduo que possa ser tratado junto de outros resíduos como 60% das pilhas estão a ser", explica o especialista, apelando ainda a que as pessoas comecem a usar mais pilhas recarregáveis.