
Até agora o NB já usou 2978 milhões de euros do CCA
Igor Martins/Global Imagens
No ano de 2018 o NB teve prejuízos de 1412 milhões de euros, em 2017 foram 2298 milhões de euros e em 2016 o resultado foi negativo em 788 milhões de euros.
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O Novo Banco teve prejuízos de 1059 milhões de euros em 2019, divulgou esta sexta-feira a instituição que herdou o BES.
Os resultados do BES estão melhores do que no ano passado mas ainda sofrem impacto do peso da herança do BES porque dos 1058 milhões de euros de prejuízos há 1236 milhões negativos que vêm do tempo do Grupo Espírito Santo e que são acomodados pelo Mecanismo de Capital Contingente.
No ano de 2018 o NB teve prejuízos de 1412 milhões de euros, em 2017 foram 2298 milhões de euros e em 2016 o resultado foi negativo em 788 milhões de euros.
O Mecanismo de Capital Contigente
O Mecanismo de Capital Contigente (CCA) foi criado pelo Fundo de Resolução (FdR) para que o Novo Banco (NB) possa cumprir os rácios de solidez financeira impossíveis devido às imparidades do tempo do Banco Espírito Santo.
Em causa estão 44 ativos problemáticos e um número não identificado de empréstimos que têm somado prejuízos ao longo dos últimos anos numa folha de contabilidade que o NB achou por bem descriminar como "legacy", a herança.
A herança teve em 2019 um prejuízo de 1236 milhões de euros, face aos 715 milhões de 2018 e aos 1514 milhões de 2017.
O CCA, no valor total e potencial de 3890 milhões de euros, vai até ao ano 2025 e o NB tem que devolver este "empréstimo" até 2046.
Até agora o NB já usou 2978 milhões de euros do CCA, distribuídos da seguinte forma: 729 milhões de euros (relativos às contas de 2017); 1149 milhões de euros (2018); e, 1037 milhões de euros (2019). Falta assim usar 913 milhões de euros ao longo dos próximos cinco anos.
Do montante entregue pelo FdR ao abrigo do CCA, uma parte é do Estado e a outra chega do sistema bancário. O Governo tem orçamentado todos os anos uma verba de 850 milhões para o Fundo de Resolução do Novo Banco.
Trabalhadores
O Novo Banco terminou o ano de 2019 com menos 227 trabalhadores e menos 15 balcões, face ao final de 2018, conforme se pode ler na apresentação de resultados do ano passado.
A instituição liderada por António Ramalho terminou 2019 com um total de 4869 trabalhadores, em comparação com os 5096 registados no final de 2018. Só em Portugal, o banco terminou o ano passado com 4648 funcionários.
Quanto aos balcões passaram de 402 em 2018 para 387 em 2019.
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