Mais de mil pessoas em situação de sem abrigo saíram da rua no último ano. Objetivo é "manter o ritmo"
O Governo vai assinar esta sexta-feira novos protocolos para a criação de 64 vagas em soluções de Housing First e Apartamentos Partilhados em todo o país.
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Mais de mil pessoas em situação de sem abrigo foram retiradas das ruas ao longo do último ano, revela a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que esta sexta-feira assina cinco protocolos para dar um lar a 64 pessoas.
Em declarações à TSF, Ana Mendes Godinho explica que estes acordos envolvem autarquias e associações de todo o país, através do programa Housing First e Apartamentos Partilhados. "Equipas multidisciplinares acompanham cada uma das pessoas para a sua reintegração, que é muito mais do que só a casa."
Através de uma avaliação caso a caso, é possível identificar as necessidades específicas das pessoas retiradas da rua, do acompanhamento psicológico ao apoio para "retomarem rotinas e hábitos de autonomia".
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O Presidente da República definiu o combate ao problema das pessoas em situação de sem abrigo como um como desígnio nacional, a erradicar até 2023.
A ministra da solidariedade promete continuar a trabalhar, mas não se compromete com um prazo. "O objetivo é continuar a este ritmo e, pelo menos, no próximo ano conseguirmos exatamente o que já conseguimos este ano e que mostramos ser possível, mesmo em ano de pandemia."
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Nuno Jardim, diretor geral da associação CASA - Centro de Apoio ao Sem-abrigo - defende que os acordos que vão ser assinados esta sexta-feira são uma ajuda importante, mas não chegam.
"Tudo que vamos fazemos com estas pessoas é quase sempre uma gota no oceano devido à complexidade desta problemática", aponta.
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O Centro de Apoio ao Sem-abrigo receia que o aumento do custo de vida provocado pela guerra, depois de um ano marcado pelas dificuldades associadas à pandemia, agrave o sofrimento destas pessoas.
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