Mais imigrantes, menos emigrantes: A receita para os 10 milhões de habitantes

Luís Pardal/Global Imagens
As conclusões de um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos apontam para a necessidade de Portugal ter, nas próximas décadas, um saldo migratório positivo na ordem das 47 mil pessoas.
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Mais imigrantes, menos emigrantes, é a receita para que Portugal consiga nos próximos anos manter uma população próxima dos 10 milhões de pessoas. As conclusões de estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
"Como é que podemos reequilibrar a demografia de um país com baixíssima fecundidade e acelerado processo de envelhecimento, através das migrações?"
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A pergunta serve de ponto de partida para o estudo "Migrações e Sustentabilidade Demográfica, Perspetivas e Evolução da Sociedade e Economia Portuguesas", coordenado por João Peixoto, sociólogo do Instituto Superior de Economia e Gestão e editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
As respostas não são animadoras. Conclui o investigador que "se nós quisermos manter a atual dimensão da sociedade portuguesa, que são cerca de 10 milhões de pessoas, nós precisaremos de ter nas próximas décadas, consistentemente, um saldo migratório positivo (mais entradas do que saídas) na ordem das 47 mil pessoas". Um objetivo difícil de alcançar se tivermos em conta o histórico. Explica João Peixoto que "só tivemos valores desta natureza na viragem do século XX para o XXI, nos anos de expansão da economia portuguesa".
O estudo é acompanhado por recomendações que passam, por exemplo, por criar condições atrativas para a vinda de imigrantes para Portugal e para a fixação de cidadãos nacionais. Significa "por exemplo que os jovens, com mais ou menos qualificações, possam ter carreiras profissionais sólidas, vínculos profissionais estáveis, de aceder à habitação em termos permanentes, isto é, política económica, políticas relacionadas com o emprego, políticas relacionadas com a habitação que permitam evitar que tanta gente saia ou pelo menos que mais gente regresse".
A mesma receita é prescrita para resolver o problema "da baixa fecundidade" que faz com que Portugal seja um dos países com uma dos mais baixos saldos naturais (diferença entre nascimentos e óbitos).