Jerónimo de Sousa reitera que a nacionalização do Novo Banco é a opção mais acertada, ainda que acarrete mais custos para o Estado no curto prazo. Secretário-geral comunista iliba LoneStar da responsabilidade porque diz que quando foi negociado o contrato já se sabia que o fundo norte-americano era "um abutre".
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"Escândalo". Se há palavras que não precisam de explicações, esta é uma delas, e não foi por acaso que foi a expressão escolhida pelo pelo secretário-geral do PCP para comentar a notícia de que o Novo Banco poderá receber uma injeção de capital automática, devido à pandemia, para manter a solidez do banco.
"Consideramos inaceitável e um escândalo, particularmente para aqueles que estão no desemprego, que perderam tudo do seu salário e dos seus direitos, e que vão questionar o porquê", começa por referir Jerónimo de Sousa em entrevista à TSF.
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Questionando-se sobre "como é que é possível que se injete milhões e milhões de euros de dinheiros públicos no banco", o dirigente comunista deixa o ónus da responsabilidade para quem negociou a venda do Novo Banco, "à revelia da Assembleia da República", que permite o "echarcamento de milhões de euros numa autêntica sangria desatada" numa altura particularmente difícil da vida do país.
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"Não vamos aqui criticar a LoneStar porque toda a gente sabia quem era e quais eram os seus objetivos: uma espécie de abutre que procura apanhar os restos", afirma o comunista.
Em entrevista à TSF, Jerónimo de Sousa reitera a ideia há muito defendida pelo PCP de que o Estado deve ter mão no controlo do Novo Banco, ainda que os custos no curto prazo possam ser elevados.
"Continua a justificar-se: o Estado assume o seu papel, seja por nacionalização, seja por controlo público, para impedir que seja uma sangria desatada. Momentaneamente pode ficar mais caro, mais à frente podia ser uma solução em termos de instituições financeiras em que, aliado à Caixa Geral de Depósitos, ficaríamos com dois instrumentos poderosos para acudir e dar uma contribuição para dar resposta aos problemas que o nosso país tem neste momento", conclui o secretário-geral do PCP.
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* Entrevista a Jerónimo de Sousa moderada por Anselmo Crespo