"Mais que um pensador, um homem extraordinário." O adeus a Eduardo Lourenço no Mosteiro dos Jerónimos
A missa de corpo presente de Eduardo Lourenço, que morreu esta terça, aos 97 anos, está a decorrer no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
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O corpo de Eduardo Lourenço está em câmara ardente, na nave central da igreja do Mosteiro dos Jerónimos, desde as 11h00. Já a cerimónia começou pelas 12h00 desta quarta-feira, sendo a missa cocelebrada pelo cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e pelo cardeal e bibliotecário da Santa Sé, Tolentino Mendonça.
O ensaísta Eduardo Lourenço morreu esta terça-feira, aos 97 anos, em Lisboa.
Professor, filósofo, escritor, crítico literário, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido, Eduardo Lourenço, conselheiro de Estado, foi um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa.
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Nestas cerimónias fúnebres, marcam presença várias figuras de destaque da vida política portuguesa. Uma dela é o antigo Presidente da República, António Ramalho Eanes, que, em declarações à TSF, se referiu a Eduardo Lourenço como "um homem que teve uma longa produção literária, ensaística sobretudo, em que se debruçou sobre a nossa personalidade e cultura e ainda sobre alguns dos nossos maiores, como Camões, Pessoa e Antero de Quental".
"Por todo este trabalho que nos ofereceu, temos para com ele uma dívida intelectual que eu entendo que é, de todo, irressarcível", declarou Ramalho Eanes.
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Outro dos nomes presentes na cerimónia é Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, que, também ouvida pela TSF, lembrou que Eduardo Lourenço "deixa a memória extraordinária de alguém com um enorme conhecimento e que ao longo da sua vida foi discutindo o nosso país, foi sempre capaz de ser desconcertante".
Catarina Martins considera, no entanto, que, mais do que "um pensador", Eduardo Lourenço deve ser lembrado como "o homem carinhoso e extraordinário que era todos os dias".
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