"Mais segurança, ampliação e ligação aos locais essenciais." Rede de ciclovias em Lisboa vai aumentar
A capital portuguesa tem, nesta altura, 173 quilómetros de ciclovia. Terá um aumento de 50% em redes cicláveis até ao final de 2025
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A cidade de Lisboa vai ter a sua rede de ciclovias aumentada, avançou esta quinta-feira o presidente da autarquia, Carlos Moedas. Durante a apresentação do Plano de Ação da Rede Ciclável de Lisboa, o líder do executivo da capital portuguesa revelou que Lisboa vai passar a ter mais 260 quilómetros de vias para andar de bicicleta.
A capital portuguesa tem, nesta altura, 173 quilómetros de ciclovia e, assim, terá um aumento de 50% em redes cicláveis até ao final de 2025.
"Quero anunciar-vos hoje o aumento da rede ciclável em Lisboa e isso, olhando para os pilares daquilo que é este plano, é um olhar de mais segurança, de ampliação e de ligação aos locais essenciais. Temos uma rede hoje que tem 173 quilómetros e que queremos aumentar para 263 quilómetros. Um aumento de mais de 50% da rede ciclável até 2025, entre ciclovias segregadas, mas também zonas de 30 mais bicicleta, que são essenciais na nossa cidade", anunciou Moedas.
Esta decisão do Executivo surge depois de um estudo desenvolvido por uma empresa dinamarquesa ter apontado várias falhas na rede de ciclovias de Lisboa.
"O que é que essa auditoria vem dizer? Que havia falhas e lacunas graves na nossa rede ciclável. É a primeira conclusão da auditoria. Segundo, muitas descontinuidades na nossa rede. Terceiro, que os próprios utilizadores não se sentem seguros. O vice-presidente irá descrever com mais detalhe aquilo que é o resultado e também a falta de ligações a locais essenciais como escolas e universidades. As pessoas saem da escola, universidade e não têm ligação à rede ciclável e, portanto, a auditoria feita por esta empresa independente vem efetivamente dizer aquilo que dissemos tantas vezes e que foi identificado aqui, pragmaticamente. Durante quatro dias andaram pela nossa cidade, investigaram, trabalharam e trazem estas conclusões", justificou o presidente da Câmara de Lisboa.
Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara de Lisboa, adianta que este plano significa um aumento no investimento de mais de 40% relativamente ao passado.
"Daquilo que já executámos nestes anos de 2022 e 2023 já terminados e aquilo que estimamos gastar e mobilizar em 2024 e 2025, estamos a falar de mais de 22 milhões de euros. Se compararmos este volume orçamental com aquilo que foi mobilizado no mandato anterior, estamos a falar de um crescimento de 40% na área da rede ciclável e é preciso acrescentar que há muita obra - ou alguma obra - que não está aqui referida nestes valores. Sempre que algumas empreitadas no desenho de uma praça, no desenho de um espaço público, têm uma pista de ciclável, esse valor não está aqui contido. Estou a lembrar-me do largo de São Sebastião, por exemplo, ou a rua da Prata. Aqui estão apenas as empreitadas que visam exclusivamente a construção de uma rede ciclável e já assim, mesmo sem contarmos com as outras obras, temos aqui um crescimento muito importante", explicou Filipe Anacoreta Correia.
Uma das zonas mais polémicas na rede de ciclovias é a Avenida Almirante Reis. Filipe Anacoreta Correia sublinha que vai haver uma alteração no desenho da zona.
"A Avenida Almirante Reis levanta problemas de segurança e nós temos vindo a trabalhar nesse processo. Encetámos um processo de discussão pública que já terminou, que tem um relatório e este semestre ainda apresentaremos aquela que é a nossa visão para Avenida Almirante, que passará também por uma alteração relativamente àquilo que é o desenho da ciclovia. O nosso objetivo é manter, de alguma forma, essa nas vias estruturantes, mas introduzindo alterações muito significativas e que, em grande medida, respondem a vários dos aspetos que são assinalados também na auditoria em termos de segurança", acrescentou o vice-presidente da Câmara de Lisboa.