Mais uma morte em contexto de violência doméstica. APAV pede lei "punitiva" e "exemplar"
Associação Portuguesa de Apoio à Vítima defende que a lei portuguesa é boa em teoria, mas é preciso pô-la em prática mais eficazmente.
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Uma mulher foi morta pelo companheiro este sábado à noite, em Cascais, tornando-se a 35.º vítima assassinada em contexto de violência doméstica este ano.
O homem de 43 anos atacou a mulher no tórax com uma arma branca e pôs-se em fuga, mas acabou por ser detido pelas autoridades esta madrugada, confirmou à TSF fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
A vítima ainda foi assistida pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), mas acabou por morrer no local.
Em declarações à TSF, Daniel Cotrim, representante da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), considera que o aumento das vítimas exige uma ação concreta.
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O responsável pela área da violência doméstica da APAV defende que também a Justiça tem de ser mais eficaz a defender as vítimas: "É preciso colocar a lei em ação", uma lei "punitiva" e "exemplar".
A lei portuguesa é boa em teoria, diz Daniel Cotrim, mas demora muito tempo a ser aplicada e "não tem em conta o direito à proteção da vítima".
Durante o período de investigação do caso, enquanto se procuram provas para formular uma acusação, "muitas vezes abre-se espaço a que o agressor cometa atos desta natureza", alerta.