A capital portuguesa recebeu duas manifestações ligadas à crise dos refugiados. De um lado aqueles que falam em solidariedade, do outro, e com o PNR à cabeça, quem afirma que não há espaço na Europa para mais migrantes. Os ânimos aqueceram, mas não houve violência.
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A manifestação de apoio a refugiados, convocada nas redes sociais por um "movimento de cidadãos", começou junto da Rotunda do Marquês de Pombal e desceu a Avenida da Liberdade.
Organizada no âmbito do Dia Europeu de Ação aos Refugiados, que levou hoje às ruas de várias cidades europeias milhares de pessoas, a manifestação juntou na maioria jovens, com cartazes como "bem-vindos refugiados".
Iniciada com um grande cartaz onde se lia "Toda a gente em todo o lado" a manifestação teve ainda música e palavras de ordem como "paz sim, guerra não, para todos sem exceção" "bem-vindos" ou "fronteiras não, somos todos irmãos".
Os manifestantes juntaram-se no Marquês de Pombal percorrendo a Avenida da Liberdade até ao Terreiro do Paço. O Partido Nacional Renovador, marcou uma contra-manifestação, a polícia separou os dois grupos e apesar dos animos aquecerem, não houve confrontos.
Em Londres, dezenas de milhares de pessoas juntaram-se para exigir que o Governo conservador de David Cameron aumente a generosidade no acolhimento aos refugiados que procuram asilo na União Europeia, numa manifestação que contou com a presença do novo líder trabalhista, Jeremy Corbon.
Cameron anunciou recentemente a disponibilidade para acolher mais 20 mil refugiados nos próximos cinco anos, um valor que um dos manifestantes, citados no texto da agência AFP, considerou "patético".
Na Dinamarca, foram cerca de 30 mil as pessoas que se manifestaram, com mais várias centenas noutras cidades do país que está empenhado em reforçar as leis de imigração e onde nesta semana foi suspensa a ligação ferroviária para impedir a passagem dos refugiados.
Em França, o Governo, que se comprometeu a acolher 24 mil refugiados no próximo ano, anunciou também a criação de novos campos de alojamento, deixando a divulgação do número exato para um anúncio do primeiro-ministro, Manuel Valls.
Paris anunciou ainda um reforço da "contribuição" para as agências francesas das Nações Unidas envolvendo milhões de refugiados nos países vizinhos da Síria.
A Alemanha, que já acolheu 450 mil refugiados desde o início do ano, segundo a AFP, será esperada uma iniciativa à luz das velas, esta noite, em Berlim.
Munique, outra grande cidade alemã, recebeu hoje "pelo menos 10 mil refugiados" na estação ferroviária, segundo as autoridades municipais.