A reunião da Sub-Comissão Regional da Zona Sul, da Comissão de Gestão de Albufeiras, irá realizar-se esta sexta-feira
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O encontro serve para avaliar se é necessário manter ou aumentar as medidas de contingência previstas na Resolução do Conselho de Ministros de 21 de junho devido à seca hidrológica. De acordo com uma nota do Ministério do Ambiente, serão discutidos os vários cenários, a avaliação de desempenho das medidas de contingência para a seca hidrológica de 2024, bem como o ponto de situação das disponibilidades hídricas superficiais e subterrâneas durante este ano.
Os números certos ainda não são conhecidos, mas este verão, no Algarve, houve uma ligeira poupança de água em relação ao ano passado. Se isso será o suficiente para levantar as restrições é o que ficará decidido nesta reunião.
O certo é que há muitos meses que não chove na região sul e desde maio de 2022 que as barragens estão abaixo dos 50%. A barragem de Odelouca, no Barlavento algarvio, é a que tem maior quantidade de água armazenada e está apenas a 36% da sua capacidade.
No sotavento do Algarve, a albufeira de Odeleite encontra-se a 33% e a de Beliche ainda com nível mais baixo, apenas com 26%.
Na última vez que reuniu a comissão de avaliação da Seca, em maio, foram aliviadas as restrições e determinado que o consumo urbano seria obrigado a descer 10% (quando já tinha estado nos 15%) e os setores do turismo e agrícola (este último tinha sido anteriormente sujeito a cortes de 25%) teriam também de baixar 13% face a 2023.
As massas de água subterrâneas na região não se encontram em melhor estado: 85% dos aquíferos estão abaixo do percentil 20 e, desses, metade encontra-se em estado considerado muito crítico.
Enquanto isso, avançam na região do Algarve obras para tentar minimizar a situação.
As câmaras municipais têm iniciado empreitadas para acabar com as perdas de água nas redes de abastecimento e no final de outubro deverá estar concluída a obra para captar o volume morto da barragem de Odelouca, uma obra que vai permitir encaixar mais 15 hectómetros cúbicos, num investimento de quase cinco milhões de euros.
A Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca dirá se tudo isto é razoável e bastante para garantir que durante mais um ano, até dezembro 2025, não falta água para abastecer a região do Algarve.