
O veterinário municipal de Valongo lembra que na altura "existiam cerca de 25 colónias de gatos"
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A população de Valongo aderiu prontamente à iniciativa.
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Em Valongo foi lançado em 2020 um projeto para controlar e apoiar as colónias de gatos errantes do concelho. A ideia passou por transformar máquinas de lavar e secar roupa em abrigos. Três anos depois o projeto continua aberto a doações de aparelhos que permitam aos animais ter uma casota.
No Dia Mundial dos Animais de Rua, o veterinário municipal de Valongo, Fernando Rodrigues, diz à TSF que a população aderiu prontamente à iniciativa e foram muitas as máquinas doadas.
O médico lembra que na altura "existiam em Valongo cerca de 25 colónias de gatos e em quase todas foi colocado um ou dois aparelhos adaptados às novas funções".
"Na altura em 2020, quando foi lançado, tínhamos cerca de 25 colónias de gatos e em quase todas foi colocada uma ou duas máquinas de lavar roupa, adaptadas para se tornarem habitação dos gatos. Inicialmente teve muita adesão, todas as colónias beneficiaram destas máquinas e neste momento ainda estão algumas ativas, como é o caso na Escola Secundária de Valongo e outra aqui no próprio centro de recolha oficial", explicou à TSF Fernando Rodrigues.
Três anos depois, o município continua a repor e a manter estes abrigos até porque o número de colónias de gatos triplicou e há agora cerca de 80 colónias ativas de felídeos.
Além das casotas, o departamento de veterinária da autarquia fornece a parte da captura para esterilização e vacinação bem como o chip de identificação eletrónica. É também feito um pequeno corte na orelha esquerda que indica que é um gato de colónia destinado a viver em rua.
As colónias têm cuidadores que os alimentam e estão atentos ao seu estado de saúde reportando à Câmara qualquer problema que haja.
"A Câmara Municipal de Valongo esterilizou nos últimos três anos cerca de mil gatos que vivem em colónias. A Colónia 7 é uma colónia que tem um cuidador oficial que é responsável por alimentá-los e estar atento ao seu estado de saúde, reportando à câmara qualquer problema que haja. Em contrapartida a câmara fornece a captura e recolha do animal ao centro onde é esterilizado, vacinado e identificado por chip. É-lhe colocado um pequeno corte na orelha esquerda que indica que é um gato de colónia, destinado a viver em rua, e depois devolve-o ao local de onde foi capturado", afirmou o veterinário.
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Apesar deste controlo e ajuda dada aos animais, Fernando Rodrigues lembra que os animais errantes "estão sujeitos a doenças, a atropelamentos, a fugas, a mordeduras e lutas. Atacam pessoas, criam questões de ruído, transmitem doenças. Tudo isso são fatores pelos quais devemos pensar seriamente sobre esta questão dos animais errantes e saber se o animal está bem na rua ou não".
O médico veterinário admite que o ideal "é que o animal, cão ou gato, esteja dentro de portas porque é melhor tratado do que um animal errante, quer esteja castrado ou não". Acrescenta que "o município tem uma plataforma de adoção e faz apelos à população para que adote estes animais embora a maior parte das pessoas prefira recorrer aos serviços camarários que são gratuitos, para esterilizar animais e coloca-los, por exemplo, no seu quintal fazendo assim uma colónia. Esta é uma medida que apoiamos para diminuir a reprodução dos animais, mas não é a ideal".
"Temos 80 colónias de gatos esterilizados. O número é para aumentar porque todos preferem recorrer aos serviços camarários, que são gratuitos, esterilizar animais, colocando-os no seu quintal e fazendo disso uma colónia. É uma medida que tomámos e apoiamos para diminuir a sua reprodução, mas já sabemos que o ideal é que o animal esteja dentro de portas. Um cão e um gato dentro de casa é muito melhor tratado do que um animal errante, quer esteja castrado ou não", acrescentou.
Desde 2020, o centro veterinário municipal de Valongo já fez cerca de mil esterilizações totalmente comparticipadas a cães e gatos privados. Em caso de um animal ser adotado.