Marcelo e alunos premiados vão plantar espécie do "tempo dos dinossauros" em Lisboa

Espécie Encephalartos ferox G.Bertol
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À TSF, a presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia Maria Amélia Martins-Loução disse que o facto de Marcelo Rebelo de Sousa se associar a esta iniciativa vai dar mais visibilidade à importância da salvaguarda da biodiversidade.
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A "cica" já cá andava quando a Terra era dos dinossauros. Era até "abundante" nessa altura, mas por estes dias vai precisando de uma mão preocupada para se manter viva, até porque não se reproduz. O papel de ajudar a preservar esta espécie de árvore tem cabido aos jardins botânicos, mas esta quarta-feira o esforço chega à mais alta instância do país.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e 50 alunos distinguidos pelo seu sucesso escolar plantam esta quarta-feira às 17h00, no Jardim Botânico Tropical, em Lisboa, uma espécie de árvore moçambicana que corre o risco de extinção. A iniciativa está integrada na semana dedicada à biodiversidade local organizada pela EPIS - Empresários para a Inclusão Social para premiar os estudantes que obtiveram uma melhoria significativa nas suas notas ao longo deste último ano letivo.
"Cica" ou Encephalartos ferox G.Bertol, trata-se de um arbusto com aspeto de palmeira, cones vermelhos-alaranjados que contrastam com a folhagem verde escura. A árvore pode atingir mais de dois metros de altura nas plantas mais velhas.
À TSF, a presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia Maria Amélia Martins-Loução disse que o facto do Presidente da República se associar a esta iniciativa vai dar mais visibilidade à importância da salvaguarda da biodiversidade.
Maria Amélia Martins-Loução explicou que estas plantas "são muito primitivas" e que são nativas de Moçambique e da África do Sul.
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A "grande projeção" destas plantas foi "há mais de 65 milhões de anos" e, por isso, tornam-se "emblemáticas" e "icónicas" para quem as conhece, acrescentou.
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Apesar de serem oriundas de florestas subtropicais, a presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia explica que estas adaptam-se bem ao clima de Portugal: "As espécies existem porque estão conservadas em jardins botânicos. Nós há muitos anos que dizemos que são plantas estantes, ou seja, ainda não estão extintas porque elas são e que de certa forma, conservadas na natureza, mas elas não se reproduzem, nem estão nas melhores condições possíveis."
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A árvore que vai ser plantada por Marcelo Rebelo de Sousa é a terceira a ser plantada por um Presidente da República, depois de Manuel de Arriaga e Aníbal Cavaco Silva o terem feito.
Atualmente, a espécie Encephalartos ferox G.Bertol, encontra-se ameaçada sobretudo devido ao desenvolvimento populacional junto à orla costeira moçambicana.