O secretário-geral das Nações Unidas recebeu esta segunda-feira o Prémio Europeu Carlos V, em Espanha, numa cerimónia em que o Presidente da República esteve presente.
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Marcelo Rebelo de Sousa começou por falar em castelhano, mas viria a mudar para português quando "puxou" da lista de elogios a António Guterres, que acabava de receber o Prémio Carlos V das mãos do Rei de Espanha.
O Presidente da República recuou mais de 50 anos até aos tempos partilhados com o secretário-geral das Nações e ex-primeiro ministro. "Não tínhamos sequer 20 anos. Ele era o melhor de todos nós", registou Marcelo Rebelo de Sousa, reportando-se ao "vigor da personalidade, capacidade de sonhar, de liderar, de mobilizar. Era o melhor na agudeza da inteligência", enfatizou.
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Acrescentou Marcelo que já na altura tinha cuidado com o "pormenor", sobretudo junto de quem mais precisava. "Na cumplicidade afetiva com os outros. Todos os outros e em especial os mais pobres, os mais dependentes, os mais explorados, os mais excluídos", precisou.
O Presidente recordou os anos que partilhou com António Guterres movimentos católicos, grupos de reflexão e até uma associação económica "tolerada no fim da ditadura", enfatizou, de onde saíram militantes e até líderes de vários partidos.
"Era já o António Guterres imparável na defesa dos seus ideais, imparável na defesa de horizontes universais, imparável na luta pela Europa", insistiu Marcelo, destacando como em 1970 o atual secretário-geral da ONU "já era único como europeísta", tendo confirmado esse caminho para o euro quando ocupou o cargo de primeiro-ministro, considerou o Presidente da República.