Marcelo lembra que estratégia para integração dos ciganos "está ainda por implementar"
No Dia Internacional dos Ciganos, o Presidente da República recordou que ainda não foi posta em prática a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas e apelou ao envolvimento de todos na causa.
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"O Dia Internacional dos Ciganos é, pois, um dia de alerta e consciencialização para um Portugal diverso, mais justo e socialmente ainda mais inclusivo", assinala Marcelo Rebelo de Sousa numa mensagem em que sublinha "a presença secular" da comunidade cigana, que está em Portugal há 500 anos.
O chefe de Estado considera que, neste dia, "torna-se necessário recordar que Portugal aprovou uma Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas, que está ainda por implementar".
"É, pois, importante apelar ao envolvimento de todos, incluindo a própria comunidade Cigana, para que efetivamente essa Estratégia produza os resultados esperados", apela.
Marcelo saúda ainda as iniciativas da comunidade, nomeadamente através das várias Associações Ciganas, no sentido de "aumentar a sua representatividade e integração, alertando e denunciando todas as situações discriminatórias que prevaleçam".
Entrevistado pela TSF, o alto-comissário das migrações, Pedro Calado, adianta que a estratégia não está parada, tem havido progressos na educação, mas faltam dois pontos chave: o trabalho e a habitação.
"O exemplo mais claro serão as questões que vão persistindo, infelizmente, no domínio da habitação. Sabemos, naturalmente, que com comunidades como esta acaba por ter um impacto em todas as outras dimensões da integração. Uma outra área onde queremos avançar e estamos também a trabalhar para isso é na área da inserção laboral, porque temos também aí, naturalmente, necessidade de garantir que, ao final do dia, essas pessoas encontram o exercício de um posto de trabalho, um salário e por isso assegura a autonomia."
Com tudo o que ainda há por fazer, Pedro Calado mostra-se satisfeito com o alerta do Presidente da República.
"Nós vemos essas palavras, sobretudo como um estímulo para continuarmos a fazer mais e melhor. Naturalmente, vindo de quem vem, registamos como precisamente esse impulso. Sublinhar aquilo que tem sido a nossa avaliação da estratégia: ela estava de facto a ser atingida de uma forma relativamente fácil. Sentíamos que o fosso para atingir essas avaliações não estava a corresponder do ponto de vista da alocação de meios e mesmo de investimento também nesta área. Por isso mesmo, no final do ano passado, em novembro, foi aprovada uma nova estratégia nacional. Veio trazer mais foco, mais ambição, também mais meios para conseguirmos levar esta estratégia para um novo nível de implementação."