Marcelo não opina sobre limites à imigração, mas reforça necessidade de fiscalização
Marcelo Rebelo de Sousa nota que há diferentes posições políticas e económicas sobre imigração no país e, por isso, diz que é prematuro tomar posição. No entanto, situações indignas de imigrantes em Portugal precisam de reforço na fiscalização, "fechar" seria "resposta ao lado".
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O Presidente da República não se quer comprometer com uma posição, mas deixa subentendido que os problemas nas condições de trabalho que envolvem imigrantes não se resolvem a limitar a imigração, mas com fiscalização. Deixando claro que há uma grande falta de mão-de-obra em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa não comenta contingentes defendidos por Carlos Moedas, mas até considera que pode ser útil fazer um levantamento sobre necessidades laborais no território nacional.
O tema é sensível e "todos têm direito à sua opinião", mas Marcelo não quer revelar a sua dizendo que é "prematuro estar a avançar com uma posição". No entanto, rejeitando a necessidade de um debate neste momento sobre a lei da imigração, o chefe de Estado considera fazer sentido "olhar para situação e ver se realmente existe ou não na economia portuguesa necessidades de mão-de-obra".
Avançando que as respostas que tem dos agentes económicos é de que há necessidades "muito grandes" em alguns setores, Marcelo Rebelo de Sousa defende uma "apreciação global" e que o governo juntamente com o parlamento são aqueles que estão em melhor posição para o fazer, "para poderem olhar para os dados e dizer onde é que há falta de mão-de-obra, como é a falta de mão-de-obra, que tipo de imigração". "Não pode ser na base dos palpites diários", afirma.
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A questão surgiu a propósito da entrevista que Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, deu esta quinta-feira à Renascença e ao jornal Público onde defendeu a existência de contingentes com base nas necessidades económicas do país. "As pessoas vêm para Portugal se tiverem um contrato de trabalho", defendeu o autarca realçando que há pessoas a chegarem a Portugal sem promessa de trabalho e que não faz sentido nenhum um visto para as pessoas chegarem e procurarem trabalho.
E se Carlos Moedas introduziu este tema numa resposta sobre as condições de extrema precariedade de alguns imigrantes em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa não tem dúvidas em separar as questões.
"É uma solução muito fácil vir dizer como não somos capazes de fazer funcionar os mecanismos de legalização e de controlo das condições de trabalho, o melhor é resolver o mal pela raiz, fecha-se. Como é evidente, esta é uma solução que é muito fácil, mas é, não sendo capaz de resolver certos problemas, estar a dar uma resposta ao lado que não tem a ver com certos problemas", vinca o Presidente.