Marcelo prevê 2020 intenso e Ferro deixa um recado após polémica da "vergonha"
Marcelo Rebelo de Sousa e Ferro Rodrigues falaram da chegada de novos partidos ao Parlamento e sobre os desafios para o futuro.
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Nos tradicionais cumprimentos de boas festas entre o Presidente da República, os membros da mesa da Assembleia da República e os deputados, Marcelo Rebelo de Sousa prevê que 2020 vai ser um ano difícil, nomeadamente pela necessidade de votação de dois Orçamentos do Estado.
"A primeira sessão legislativa vai ser muito intensa, metade dos orçamentos da legislatura são votados numa sessão legislativa, dois dos quatro orçamentos. É um esforço muito grande para o Parlamento, em janeiro e fevereiro, e depois novamente no final do ano", referiu o chefe de Estado, lembrando que esta é uma "realidade muito marcante para a vida das pessoas".
Apesar da necessidade de esforços, diz Marcelo, esta é uma obrigação de todos. "Nós estamos aqui por causa dos portugueses, não estamos por uma questão de amor-próprio, orgulho, autoestima, ambição, de promoção social ou económica, estamos ao serviço dos portugueses e esperamos que os portugueses tenham um futuro melhor que o ano passado", apontou o Presidente em jeito de desejo.
O Presidente da República aproveitou o encontro para lembrar que é preciso reiterar a "solidariedade institucional entre todos os órgãos de soberania", lembrando que esta tem sido "muito positiva" e que continuará na presente legislatura.
Os novos partidos e o recado de Ferro
Sobre a chegada de novos partidos ao Parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que "os portugueses querem dizer que o nosso sistema tem uma grande plasticidade" e que o mostraram "acrescentando novas formações políticas em momentos cruciais ou diferentes destas décadas de democracia".
Do mesmo tema tinha falado, pouco antes, Ferro Rodrigues. Uma semana depois da polémica, em que o presidente da Assembleia da República pediu ao deputado do Chega para não usar constantemente a palavra "vergonha", Ferro Rodrigues deixou claro que "na AR há adversários políticos e não inimigos pessoais".
"Este é um Parlamento diferente, novo, em que há questões que são estruturais e que se vão manter como o respeito institucional pelos outros órgãos de soberania e pelo próprio órgão soberano que é o Parlamento", frisou.
No final, cumprimentos entre todos, com as boas-vindas a quem acabou de chegar e abraços especiais para os que já fazem parte da tradição. Na foto de família, faltou apenas o deputado do Chega. A assessoria de André Ventura garante que o deputado já tinha uma reunião marcada e que esta demorou mais do que o previsto.