
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, posa para a fotografia com um grupo de jovens que participam no Congresso Nacional de Queimados Renascer Um Ano Depois
© Paulo Cunha/Lusa
O Presidente da República juntou-se à reivindicação da Associação Amigos dos Queimados, no Congresso Nacional de Queimados, em Pedrógão Pequeno
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O presidente da Associação Amigos dos Queimados (AAQ), Celso Cruzeiro, reclamou este domingo o estatuto de doentes crónicos para os queimados, durante o Congresso Nacional de Queimados, em Pedrógão Pequeno, que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"É preciso compreender que uma queimadura é uma doença crónica, uma sequela que fica para toda a vida", afirmou Celso Cruzeiro, "atingindo o doente sob o ponto de vista físico, mas também psicológico, criando obstáculos no regresso quer à família, quer à vida, quer à vida do trabalho".
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Para o presidente da AAQ, "os doentes queimados deverão ter assim o estatuto de doentes crónicos, pois vão necessitar para sempre de consultas das mais variadas especialidades, medicamentos, fisioterapia e a maior parte das vezes de inúmeros internamentos e cirurgias".
Falando a seguir, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se de acordo: "Os queimados representam uma realidade que traduz uma doença crónica, uma realidade que não para no momento em que há alta hospitalar, começa aí, para aqueles que sobreviveram, e vai durar toda uma vida pessoal, familiar, comunitária", sublinhou.
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Não mais essa realidade os vai largar, não mais essa realidade vai largar a vida dos familiares, dos amigos, dos companheiros de trabalho, dos vizinhos, dos que estão próximos da mesma comunidade", vincou o Presidente da República.
Para o Chefe de Estado ter noção dessa realidade "é ter noção de que aquilo que se impõe é renascer todos os dias por tempo indefinido".
Presente na cerimónia esteve também o Bastonário da Ordem dos Médicos. Miguel Guimarães diz partilhar da opinião do Presidente da República mas avisa que o país precisa de mais unidades pediátricas para queimados.
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Depois do congresso, o Presidente da República seguiu para a missa de homenagem às vítimas, na Igreja Matriz de Pedrógão Grande. Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar um momento "comovente, mas ao mesmo tempo mobilizador" na homenagem às vítimas do incêndio.
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"Por um lado, evocamos a dor, o luto, do passado e olhamos para o futuro", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. "Há esta mistura de que é feita a vida. Sendo muito importante o passado, não se pode esquecer, é mais importante o futuro", frisou o chefe de Estado.