Em Almograve, no concelho de Odemira, a população lembra-se bem da maré de crude que causou prejuízos ambientais e sociais devastadores.
Corpo do artigo
Passava pouco das 14h30, o mar estava calmo mas ao entrar no Porto de Sines, o navio Marão embateu no molhe. Foi o suficiente para danificar dois tanques e fazer derramar seis mil litros de crude.
Ainda hoje este episódio é lembrado por todos os que ali vivem."As pessoas falam sistematicamente neste problema", conta o presidente da Câmara de Odemira.
TSF\audio\2019\07\noticias\14\maria_augusta_casaca_mare_negra_almograve_30_anos_depois
"Se hoje houvesse um acontecimento semelhante o que estaria diferente?", questiona José Alberto Guerreiro. O autarca lembra que há o Plano Mar Limpo, que define os níveis de intervenção em situações deste género. Mas se "no papel" tudo parece bem, o autarca tem dúvidas de que em termos operacionais tudo funcionaria com normalidade.
A 14 de Julho de 1989, a mancha de crude foi levada desde Sines para sul, chegando à Praia de Almograve, no concelho de Odemira no dia 19 de Julho. E aí o desastre ambiental foi completo. Dois anos depois a região ainda se ressentia da maré negra.
José Alberto Guerreiro lembra que na altura esta maré negra teve um grande impacto não só a nível ambiental mas também social. Foi a pesca afetada e também "alguns negócios ficaram em causa porque tudo aconteceu no verão", quando as praias estavam preparadas para receber os turistas.
"Os danos ambientais e económicos ficaram por apurar. Os tempos eram outros, hoje possivelmente seria diferente", lamenta o autarca.
Para avivar a memória, e discutir o assunto com entidades ligadas ao ambiente de modo a que não se repitam mais catástrofes ambientais, a autarquia de Odemira vai evocar a data com uma cerimónia durante a manhã.
Neste domingo também, às 16h30, na Praça dos Fuzileiros, em Almograve, será inaugurada a Exposição "30 anos Mar Limpo", seguindo-se uma Tertúlia com a intervenção de cidadãos que participaram de forma direta e indireta na limpeza das praias.