Exposição dedicada à artista que morreu aos 32 anos está patente até fevereiro de 2023 na Fundação de Serralves.
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Uma exposição que celebra a vida e a obra de Maria Antónia Leite Siza, que morreu aos 32 anos. O marido, o arquiteto Siza Vieira, doou parte do espólio à Fundação de Serralves. São 100 peças que incluem pinturas, cartas, bordados, desenhos e gravuras.
Sónia Oliveira, coordenadora da Biblioteca de Serralves, diz que muitas destas obras nunca foram mostradas publicamente. "O conjunto de obras é pertença unicamente da família e este legado assenta em figuras inquietantes, contorcidas e que exploram o reportório emocional onde o sonho é aquilo que ela mais trabalhava. As técnicas usadas pela artista vão do grafite, ao carvão, tinta-da-china, guache e o suporte que mais utilizava era o papel".
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Aos 17 anos Maria Antónia Siza Vieira inscreveu-se no curso de pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde trabalhou com Júlio Resende, Ângelo de Sousa e Alcino Soutinho, entre muitos outros. "A sua primeira e única exposição em vida foi na Cooperativa Árvore em 1970, mas outras se seguiram no Porto, Madrid, Zagrebe, Berlim e na Fundação Gulbenkian".
Sónia Oliveira diz que "Maria Antónia Leite Siza. 50 Anos Depois", é uma exposição organizada por temas e que deve vista como um todo. "Temos uma pintura que veio da Fundação Gulbenkian e que é das poucas que Maria Antónia fez. Mas de facto o corpo de trabalho tem que ser visto em continuo. Ela tinha uma particularidade peculiar, ao fazer o desenho punha um borrão de tinta e fazia o desenho sem nunca levantar a mão do papel. Um traço muito fino e delicado".
"50 anos depois" tem curadoria do arquiteto António Choupina. Maria Antónia Marinho Leite Siza Vieira nasceu em 1940 e morreu em 1973.