Mariana Mortágua diz que medidas do Governo "não resolvem o problema central" do país
Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, o Governo cria medidas para pagar o "menos e o mais tarde possível".
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A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu esta quinta-feira que as medidas do Governo de devolver a propina aos estudantes não é resposta aos problemas dos jovens.
"Reconhecendo a bondade da proposta - é obvio que qualquer valor entregue, neste momento, a um jovem é bem-vindo e é útil -, mas ela não resolve o problema central do nosso país".
Um desses problemas é a habitação, num momento em que "nem os alunos do ensino superior, nem os trabalhadores jovens conseguem pagar uma casa".
Mariana Mortágua critica também o facto de a medida anunciada ontem por António Costa deixar fora na devolução das propinas quem decidir sair do país.
"Não nos faz parece que faça muito sentido descriminar os jovens, sujeitando aqueles que são obrigados a emigrar porque não encontraram trabalho adequado às suas qualificações ou que lhes permita ter um salário para sustentar uma casa, privando-os da devolução da propina".
No final de uma reunião com a Associação Académica de Coimbra, com o objetivo de abordar a falta de alojamento estudantil, a coordenadora do Bloco de Esquerda acusou ainda o Governo de criar medidas para pagar o menos e o mais tarde possível.
"O Governo tem esta forma de apresentar medidas que é pagar o menos possível, o mais tarde possível e normalmente o resultado é que isso não resolve problema nenhum e enreda as pessoas em apoios complicados que nunca são para hoje, que nunca são para já, que têm sempre condições de recurso."
Situações que, argumenta Mariana Mortágua, fazem crer às pessoas que "vão ter acesso a um apoio que depois nunca chegam a ter". "Vimos isto nas rendas. Estamos a ver isto nas propinas."
"Prometer coisas para futuro que não têm qualquer impacto agora, e que no futuro têm um impacto talvez e apenas para algumas pessoas é mais uma forma destorcida de apresentar medidas que nunca vão ao centro do problema", remata.