O bastonário da Ordem dos Advogados entende que o caso dos candidatos a magistrados e dos candidatos a advogados apanhados a copiar nos exames não são comparáveis.
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Quando foi revelado o primeiro caso dos candidatos a juízes apanhados a copiar, Marinho Pinto defendeu que fossem excluídos da profissão.
Ouvido esta sexta-feira pela TSF, o bastonário explicou que «aceder a uma profissão liberal é diferente de aceder a uma função soberana do Estado», frisando que aqueles que vão «julgar os outros devem ser exemplos da honestidade» e «não utilizar métodos fraudulentos para aceder a uma função pública, ainda por cima soberana».
«Deviam ser impedidos de aceder a magistrados aqueles que utilizam métodos fraudulentos durante a respectiva formação», frisou, considerando, contudo que no caso dos advogados trata-se de uma «posição privada e liberal».
Apesar de a Constituição não o permitir, Marinho Pinto defende que os advogados apanhados a copiar também deviam ser banidos da profissão. «Já temos muitas queixas na Ordem, não precisamos deste tipo de pessoas na profissão», sublinhou.
O bastonário criticou ainda «muitos licenciados em Direito, desde os que compraram a licenciatura nos saldos pós-Bolonha e que querem entrar na Ordem a todo o custo, por todos os meios, atropelando tudo e todos, sem preparação científica e muitas vezes sem preparação ética».
«Por mim, não voltavam a inscrever-se na Ordem. Iam para o Centro de Estudos Judiciários (CEJ), mas infelizmente a lei faculta-lhes essa possibilidade», opinou.